Artigos por "Pablo Barbosa de Oliveira"
Mostrando postagens com marcador Pablo Barbosa de Oliveira. Mostrar todas as postagens
Muito se discute sobre a interferência urbana em estátuas e monumentos, mas já pararam para se perguntar o motivo dela ocorrer? Hoje em dia o principal público de museus é o escolar, são raríssimas exceções os que não apresentam esse tipo de público como sua parcela maior de visitantes. São jovens e crianças que algumas vezes frequentam museus na primeira etapa da vida. Porém, a desigualdade é presente e nem todos tem essa educação sobre o patrimônio.


Eu estudei minha vida toda em escolas públicas e fui apenas duas vezes em museus durante todo meu estudo e sempre o mesmo, mal sabia que Porto Alegre tinha mais de cinquenta museus, ou que o Rio Grande do Sul é um dos estados com mais museus no Brasil, isso tudo fui descobrir na faculdade de Museologia. Portanto, que ligação patrimonial eu teria com a cidade se não tivesse sido educado sobre ela?

Sei que o tema é delicado, mas me coloco no lugar de um jovem sem noções sobre o patrimônio, que ligação ele teria com um estatua de um general do Século XIX? É quase uma incoerência cobrar de alguém com pouco acesso ou que não consegue se expressar ter cuidado com objetos da elite ou que celebram conquistas desconhecidas para muitos. Um exemplo é o centro de Porto Alegre, ao andar hoje por lá percebo cada canto histórico que ele tem, foram várias aulas que tive nele, até mesmo sei que um museu de percurso corta o centro da capital, mas e todas as pessoas que andam por lá, será que sabem?

Acredito que antes de discutir a pichação ou qualquer forma de degradação ao patrimônio deveríamos discutir como e o motivo que ocorre isso, deveríamos ir na base da questão, levar o conhecimento para as crianças e também questionar os patrimônios que temos, são todos eles válidos? Devem todos ser preservados? Me questiono sobre isso, e como exemplo utilizo as estátuas de grandes figuras escravagistas, essas merecem destaque em grandes avenidas? Não vejo motivo em uma sociedade que tanto busca evoluir, mas não olha ao redor ou o seu passado.

Fonte: https://wsimag.com/pt/cultura/648-feira-do-livro-de-porto-alegre

Não busco a destruição ou apagar a história, acredito que toda história deve ser conservada, porém o principal sobre o passado deve ser a problematização e não a celebração. Devemos ter uma educação para o povo sobre o que está no seu cotidiano, não basta apenas uma parcela da população saber o que uma alegoria significa em um monumento, toda a população deve questionar a origem dela.

Porto Alegre é só mais um exemplo, mas acredito que em todas cidades do país temos isso, o busto de um homem que poucos conhecem, e ainda é menor o número dos que se importam. Apenas a educação mudará, seja para retirar um monumento e expor apenas em museus ou para conservar e reconhecer a importância, o patrimônio, seja ela qual for, deve em primeiro lugar ser conhecido e assim será preservado.

Minhas redes sociais:

Instagram

Twitter

Facebook

Medium

Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.

Um dos pilares da Museologia é a conservação, esse ato acontece através de medidas que visam impedir a degradação do acervo. São práticas como controle de temperatura, higienização e acondicionamento que tem como objetivo retardar o desgaste de um objeto. Isso acontece e é praticado em vários museus. Inclusive eu já trabalhei com isso por alguns anos somados meu período como estagiário e no mercado profissional. Um tema bastante discutido é sobre o limite de conservação e como ela é feita?


Veja bem, claro que todos museólogos querem que um acervo dure o máximo possível, mas é de conhecimento de quase todos estudantes de Museologia alguns erros que aconteceram ao longo dos tempos. São peças têxteis que foram dobradas ou até mesmo lavadas, são objetos de metal que foram descaracterizados após o uso de produtos químicos, são diversos exemplos que são estudados de como não fazer.

Em 2018 eu fiz uma viagem com a turma de Museologia da UFRGS, fomos ao Rio de Janeiro, lá fomos apresentados aos diversos museus que fazem parte da capital carioca e também da cidade de Petrópolis. Algo que me gerou a dúvida sobre o limite da conservação foi a forma como os museus de diferentes tipologias tratavam o acervo. Eu mesmo adotei ao longo da minha vida acadêmica e profissional meu limite particular que com alguns estudos e cursos foram comprovados como de melhor utilização.

O texto de hoje pode servir como dica para você colecionador que queira manter por mais tempo seus objetos em sua casa, a minha dica é não interfira no objeto. Veja bem, eu sei que uma peça de metal lustrada e brilhante pode ser atrativa para visitantes, mas onde fica o caráter histórico da peça? Um prato de metal, com manchas e marcas de uso pode ser lavado? Claro que sim, numa instituição de museu? Claro que não. O objeto com trinta, cinquenta anos após ser lavado e adulterado em relação ao seu estado terá que história para contar? Um objeto em um museu não deve ser apenas um objeto, ele é uma parte da história, seja com características bonitas ou não. Veja bem, não defendo o uso de objetos destruídos ou sem a higiene básica, um acervo deve ter seu tratamento adequado, porém sou totalmente contra as intervenções estéticas nele.

Fonte: https://www.sisemsp.org.br/museu-da-imigracao-realiza-trabalho-de-conservacao-preventiva-de-seu-acervo-fotografico/


Ainda assim, temos uma outra área para refletir, o restauro, essa área pouco sei e deixo específico para os profissionais formados nela essa discussão. Ser um restaurador(a) requer muito trabalho e também noções sobre o que deve ou não ser feito. Essa prática tem uma ética, ao restaurar o acervo existe todo um registro sobre aquele objeto que não será mais o mesmo e uma nova etapa se inicia para ele, carregando as marcas do restauro e as anteriores.

O tema que escrevi é bastante reflexivo para aqueles que assim como eu adoram o trabalho junto com acervos e coleções, qual o limite que devemos ter e os cuidados que precisamos tomar na hora de conservar um acervo? A coluna é pequena para tamanha discussão, mas vale a pena lembrar o que faz um objeto um acervo? O simples fato de ser único ou toda história que carrega? Eu fico com a segunda opção.


Minhas redes sociais:

Instagram

Facebook

Medium

Twitter

Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Mesmo durante a pandemia de 2020 percebi que uma sensação continuava comigo, era a ideia de não ter tempo para nada. Parece estranho, um ano onde muitas pessoas ficaram em casa, mas mesmo assim não estar com tempo livre era algo parte do cotidiano. O que leva as pessoas mesmo no ano de isolamento ainda estarem sem tempo?


Todo esse cansaço é resultado de uma geração que não apenas se conforma com os afazeres do cotidiano, mas que ir além, hoje em dia não basta ter uma faculdade para ter um bom emprego, não basta o esforço para se dar bem na vida. Nem mesmo para ser feliz conseguimos se ficarmos na inércia, como já havia escrito em outros textos, nem mesmo a felicidade é algo conquistável, tudo é expandido e nos leva para um novo desafio, como uma esteira que não para nunca de funcionar, mas não nos leva ao objetivo final, pois ele não existe.

O pensamento de não ter tempo também é uma consequência de que gostaria de chamar de “conto de fadas”, sabe o final feliz para sempre? Ele não vai existir, não tem como existir, a princesa e o príncipe não vivem feliz depois dos créditos, a vida, seja de ficção ou não, é feita de eventos, em diferentes escalas e o que molda esses eventos são os conflitos. Não basta pensarmos que no fim tudo vai dar certo, se ignorarmos os trajetos, o fim não fará sentido.

O tempo que sempre queremos está aqui, agora, o período de vinte quatro horas está sempre se repetindo, dia após dia estaremos mais próximo ou não dos nossos objetivos. Porém, nossa vida não pode se basear apenas no ponto final, no dia que tudo dará certo, temos que aproveitar o momento que temos agora. A sensação de correr atrás apenas do futuro é responsável pela de que não temos tempo, mas será que é verdade?

Foto: (Thinkstock)

A vida pode ser muito difícil em diferentes escalas, todos acabam encontrando frustrações e dificuldades ao longo dessa jornada, é impossível julgar alguém por isso. Contudo, podemos tentar repensar o nosso tempo e rever essa questão. Durante o mês de novembro estava com a cabeça cheia de conflitos com um livro sendo escrito, outro sendo divulgado e antologias que tinhas participado, tudo parecia tão corrido e o tempo parecia não existir. Com algumas mudanças consegui melhorar o meu dia, aproveitar eles com conteúdos e tarefas que fossem prazerosas para mim

A pandemia vai passar, uma hora vai, teremos nossa vida na rua mais frenética e tudo acontecerá, teremos as mesmas conversas de como o tempo passa rápido ou como não dá tempo para fazer algo, acredito que as vezes o que acontece é que estamos tão rápidos e amortecidos pelo cotidiano que esquecemos de parar. Ao longo do ano passado escrevi muitos textos sobre parar e respirar um pouco, depois de publicados entendi que o principal objetivo desses textos é comigo mesmo, é tentar mostrar para mim que podemos descansar, que julgamentos existirão com resultado ou não. Mas também é importante tornar os eventos menos cansativos e estressantes para que eles continuem.

Minhas redes sociais:

Instagram

Facebook

Twitter

Medium


Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Um peixe foi até um ancião e disse:

—Tô procurando um negócio, um tal oceano.
— O oceano? — o ancião falou — Você está no oceano.
— Isso? — disse o peixinho — Isso aqui é água, o que eu quero é o OCEANO.

Soul (2020)


Recentemente estreou no serviço de streaming Disney+ o filme animado Soul. A proposta desse texto não é falar sobre o filme, mas sim refletir sobre a mensagem que ele passa. Na citação acima vemos uma reflexão sobre uma das propostas do filme, mas eu te pergunto, o que é felicidade?

Eu não sei responder essa pergunta, acredito que muitas vezes criamos falsas felicidades, montamos objetivos que nos entregarão esse sentimento, algo que nem sempre é real, ser feliz apenas por uma condição é um pouco limitador, ou seja, se apenas ao alcançar algo seremos feliz, o que seremos depois disso?

É difícil pensar sobre esse sentimento, é fácil dizer ser feliz com um objetivo apenas, mas e todo resto? E os dias comuns, onde está a felicidade neles? Você deve saber do que falo, onde está escondida a felicidade no cotidiano? Sinto que muitas vezes essa felicidade só é sentida quando não temos mais o cotidiano. Como quando perdemos alguém e até mesmo aquele dia comum sem grandes mudanças faz falta, a felicidade está ali o tempo todo, mas quando condicionada por objetivos nós a perdemos.

Como o peixe da citação não percebemos que o grande espetáculo está no agora. É como dizem algumas pessoas — só damos valor quando perdemos — que triste, não? Saber que o céu, a comida e até mesmo o ócio do dia comum são fantásticos, mas não notamos isso, a vida é uma soma de eventos maravilhosos, onde infelizmente somos anestesiados e perdemos os detalhes, mas após uma grande mudança sabemos que tudo que vivemos é único e belo.


Fonte: Divulgação.

Claro que coisas ruins existem, não estou querendo defender ou amaciar sentimentos e acontecimentos que nos prejudicam. Eu quero apenas celebrar o sorriso sobre uma piada, o vento em nossos rostos, o calor do sol em nossa pele e a refeição que nos alimenta, são as poucas coisas do nosso dia-a-dia que nos fazem únicos, são as conversas triviais, os filmes banais e as músicas de sempre. São nossas lembranças da infância e nossos desejos do agora, tudo isso é tão belo que somos castigados pelo destino e nos esquecemos disso, pelo menos até quando perdemos.

O agora, o antes e o depois, é neles que vive a felicidade. O filme da Disney me fez refletir sobre isso, algo que já tinha escrito outras vezes, mas sempre é bom lembrar que o percurso muitas vezes é melhor que o resultado, o objetivo é conquistado, mas se torna passado, o caminho até lá não, demora, tem conflitos e envolve muitos sentimentos, incluindo a felicidade.

Que em 2021, não sejamos como o peixe da história, que tenhamos a felicidade nas coisas pequenas, no cotidiano e que sejamos todos felizes da melhor forma possível.


Um feliz ano novo para você.

Minhas redes sociais:

Facebook

Instagram

Twitter

Medium


Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Nos últimos tempos tivemos diversas produções e textos que evidenciaram os problemas das redes socais, elas são responsáveis por desde ações que vigiam seus usuários até manipulação eleitoral. Porém, estive pensando e quem fala sobre o outro lado, onde ficam as situações positivas das redes? Será que as redes são 100% do tempo ruins? Bem, aí nasceu um novo texto.


Eu entrei nas redes sociais em 2007, tinha cerca de doze anos e criei uma conta no finado Orkut, assim como tinha uma conta no MSN e esse era um passatempo pouco utilizado por mim nas redes. Gostava de ver vídeos no Youtube ou ler sobre filmes e quadrinhos. No Orkut eu criava fake sobre super-heróis e por um bom tempo essa foi minha atividade. Assim como escrevia em alguns blogs nessa época e era tudo menos corrido e menos “necessário”, saia do computador e o mundo digital acabava.

Tudo mudou em 2012, ano que criei meu Facebook, na época usava pouco a rede social do Zuckerberg, era algo semelhante ao Orkut, mas sem fakes dessa vez, compartilha algumas opiniões de um jovem revoltado de 17 anos, mas não era nada além disso. Com o tempo isso mudou e com meu primeiro smartphone em 2013 um novo paradigma se iniciou, vieram contas no Instagram em 2014 e Twitter logo em seguida, tive Snapchat e outras tantas redes que iniciaram e caíram em desuso. Hoje tenho conta no Twitter, Instagram, Facebook, Tiktok, Pinterest, Linkedin, Telegram e Whatsapp, tudo isso é ruim? Não por completo.
 
As redes sociais já tiveram um papel mais nocivo em minha vida. Com práticas que me levaram a ter a necessidade de estar presente nelas quase totalmente, acredito que muito disso venha da ideia de pertencimento que elas nos proporcionam. Em uma rotina corrida de estágio e faculdade, como eu tinha, ter cinco minutos de pessoas concordando comigo era algo interessante e satisfatório. Isso foi se tornando um vício e quando vi passava meu tempo livre como um viciado em maquinas caça-níqueis, eu girava a roleta das redes socais em busca de pertencimento, séries e filmes se tornaram passado e meu mundo girava entorno do aparelho retangular. Entretanto, isso mudou, o primeiro passo para isso foi a utilização de algo que acredito ser muito importante, consciência, apenas reconhecendo minha situação pude mudar, meus relacionamentos já estavam sendo afetados por isso e então chegou um momento que tive que dar um basta, foi então que comecei a ver as redes com outro olhar, um olhar estratégico.

Como citei antes, eu tenho muitas contas em redes sociais distintas. No Facebook tenho minha conta particular e a do meu trabalho como escritor. No Instagram tenho meu particular, fechada apenas para pessoas que eu conheço e ela eu pouco uso, tenho a minha voltada para meu projeto de Museu de Instagram e tenho a minha profissional para minha carreira de escritor, tenho um Twitter que mesclo conteúdos pessoais com os profissionais. O Telegrama e Whatsapp são voltados para contatos instantâneos e alguns grupos de amigos e família, no Pinterest uso como inspiração com as diversas imagens que acho lá e é um lugar que pouco entro. Enfim, entenderam? Todas as redes tem um propósito, não vejo elas como divertimento, nas minhas redes pessoais eu adoro seguir conteúdos que me ensinem algo, isso vale para o Tiktok que tenho como foco usar para aprender desde receitas até métodos de escrita e computação. Todas as redes que uso são pontes e isso pode parecer estranho, mas são para me conectar com pessoas, aprender e conviver.

Fonte:https://neilpatel.com/br/blog/tudo-sobre-redes-sociais/

Todo esse meu método de usar as redes não leva muito tempo, tenho postagens diárias que são programadas com bastante antecedência, tudo é planejado para que gere novos contatos, para isso uso as redes e público nelas. Não digo que o meu vício não exista, me pego as vezes horas com o celular na mão, porém tento mudar isso com a consciência e alguns mecanismos que me ajudem, um deles é silenciar as notificações, pensava ser bobagem, mas isso me ajuda a usar as redes apenas quando eu quero, e quando eu uso muito eu tento descobrir o motivo disso. Com essa estratégia o consumo diminuiu e se tornou mais saudável.

As redes sociais são maravilhosas, aprendo com elas todos os dias algo novo, adoro ver indicações, dicas e tutoriais, isso me ajuda a descobrir novas formas de ver a vida e para um escritor conhecimento e novas vivências são fundamentais.


Deixe nos comentários o que você mais gosta nas redes sociais.

Minhas redes socais:

Facebook

Twitter

Instagram


Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Faz tempo que não falo sobre museus aqui na minha coluna do Jovens Cronistas. Sempre deixei claro como o museu está em tudo e como a vida acaba sendo moldada por palácios de memórias que nos tornam museus únicos. Mas hoje é dia de pensar e refletir sobre que Museologia queremos em 2021.


O ano de 2020 foi diferente, os museus, em grande maioria, foram para dentro das casas das pessoas, foi através de mediações virtuais e de lives que os museus conseguiram se aproximar do público em um ano que o afastamento foi o necessário. Foi nesse ano também que os museus tiveram que se reinventar e buscar aprender novas linguagens para ter relevância com aqueles que usam a internet.

Nesse ano também surgiram diversos museus digitais, muitos com origem popular. Assim como o meu, o Museu de Instagram do IAPI, onde transformei um trabalho de conclusão de curso em um perfil na rede social Instagram. Foi um desafio alcançar o público, mas com muita divulgação e a estratégia certa consegui fechar o ano com mais de dois mil seguidores que receberam dentro de suas casas diversas fotos, relatos e informações sobre uma das regiões marcantes de Porto Alegre.

Acredito que um pouco desse espirito de 2020 deva continuar para sempre nos museus que de uma vez por toda devem ter a noção que não apenas a presença física importa. Temos que ir para o mundo digital, é lá que pessoas passam seus momentos no cotidiano, museu não deve ser apenas um passeio de final de semana, ele até pode ser um ponto de encontro e de diversão para aqueles que buscam descansar depois de uma semana corrida, mas não apenas isso. As instituições devem estar presentes todos os dias na vida de seus visitantes, saber se comunicar com eles e transformar uma experiência corriqueira em redes sociais em algo que vá além, que seja uma visita ao museu.

Em 2021 não existirá espaço para aqueles que ainda continuam pensando como no passado, e esse espaço será menor ainda com o passar dos anos. Temos que nos comunicar e nos fazer presente. Sem portas fechadas ou cara de poucos amigos, museu sem público é um museu obsoleto e esse público não deve ser apenas aqueles que visitam o espaço físico, deve ser também aqueles que abrem o celular e se identificam com uma exposição feita no Instagram, esses também são um público e por um bom tempo ainda vai ser o único público presente em museus até a situação ser controlada.


Que sejamos os museus do amanhã no futuro. Fonte:https://museudoamanha.org.br/


Eu desejo também uma Museologia mais ampla e feita por mais pessoas em 2021 e nos anos que vierem. Que os museus sejam resultados de um conjunto múltiplo e diverso, que sejamos ainda mais interdisciplinares e que todos que entrarem em um museu se sintam à vontade.

A nossa atual situação nos cobra mudanças e nos museus não será diferente. Que 2021 os museus evoluam e sejam ainda mais presentes e amplos na vida de todos.

Minhas redes sociais:

Facebook

Twitter

Instagram

Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Enfim, dezembro, é estranho essa sensação de ter passado por mais um ano, ainda mais um ano como esse. Parece que no dia primeiro de janeiro de 2021 teremos uma sobrevida, fico pensando como isso faz parte de ser humano, quando os ciclos acabam e pensamos que tudo será resolvido, infelizmente parece que não irá, as coisas serão ainda complicadas nos próximos meses, mas a ideia do texto de hoje é falar sobre o que foi 2020?



Primeiro que 2020 foi um ano cheio, mas cheio de situações acontecendo ao mesmo tempo. Crises e eleições políticas? Tivemos. Tensões internacionais entre países? Sim. Problemas e desastres naturais? Ocorreram. Fenômenos ligados ao esporte, arte e jogos eletrônicos? Sim. E é claro, foi o ano da Pandemia do Covid-19. Me recordo de dezembro de 2019 comentar com minha mãe sobre um vírus que estava atingindo a China, achava aquilo bizarro, mas sem preocupações. 

Então veio 2020, foi uma virada de ano muito boa para mim, logo no primeiro mês consegui um emprego, mas não qualquer emprego, era o emprego dos meus sonhos, poxa, com 24 anos, pouco tempo formado e trabalhando no lugar que sempre quis, o que poderia dar errado? Bem, se pudesse falar para mim mesmo de dezembro do ano passado iria dizer o que deu errado. Em março o mundo parou, em maio fui demito, o mundo entrou em crise, muitas empresas se viram em meio a essas decisões que alavancou o número de desempregados e eu fui um deles. 

Poderia pensar que o mundo me pregou um peça, bem na minha vez de brilhar uma pandemia mundial me puxa das estrelas, seria egoísta pensar isso, não fui o único prejudicado e muito menos fui atingido de uma forma que me deixou passando necessidades, por sorte tive apoio e consegui me manter nos meses que vieram e é assim até hoje. 

Vieram então os meses de ouro para mim, escolhi focar no que conseguia fazer, tinha um livro escrito pela metade, terminei ele, fiz um curso de inglês e também criei o meu xodó que tem mais de 5 meses, o Museu de Instagram do IAPI. E então ainda numa crescente vieram lives com minha participação — até o momento que escrevo essa coluna foram quatro — além disso, um artigo publicado sobre a Vila do IAPI em Porto Alegre. 

Ai em setembro a outra metade do meu livro já tinha sido escrita e editada, então, já pronto, no dia 20 lancei ele. Já escrevia minhas colunas e então as coisas foram mudando. Entretanto, ainda assim é complicado, mesmo com todos os feitos e conquistas, 2020 não é um ano fácil.


Fonte: https://startupi.com.br/2018/11/2020-sera-um-ano-fantastico-para-ti/

Escrevi meu segundo livro esse ano, aproveito os momentos que tenho para avançar, mas ainda assim é difícil, pois minha vida pode ter tido conquistas e tudo mais, mas o resto do mundo não e eu vivo nesse mundo. Foi um vai e não vai de um vírus que nunca sai, por incrível que parece os dias anteriores a feriados e eleições foram momentos de queda no número de infectados, por coincidência, dias posteriores o número dos leitos ocupados aumentava, parece um roda que nunca para. Ainda assim o que se viu foi o crescimento de usos de soluções milagrosas e fake News sobre o vírus, sua origem e a cura. 2020 pode ter sido o ano com momentos bons, mas o resultado e balanço geral desse ano é desolador.

Agora ele caminha para o fim, não teremos nunca mais o ano de 2020. Vai vir 2021, com problemas e situações que teremos que enfrentar, momentos ótimos e novos desafios. Porém, 2020 vai e nós ficaremos como seus sobreviventes.

Minhas redes sociais:

Facebook

Instagram

Twitter


Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Nos últimos meses eu participei de seis publicações e posso participar de mais algumas nos próximos meses, são desde artigos científicos até o meu próprio livro que foi publicado em setembro desse ano. Não que eu ache tudo isso ruim, porém estou cansado. Minha rotina nos últimos meses foi de um aumento considerável de escrita e de trabalho, são lives, entrevistas e colunas que escrevo que tomam meu tempo. Conversando com meu terapeuta chegamos à conclusão que deveria parar um pouco, mas como fazer isso nos dias de hoje?


Vejamos, estamos no meio de uma pandemia ainda, pode parecer que não, mas estamos. Porém, eu e outras pessoas temos que seguir, é estranho pensar nisso, que não importa o quanto andamos o caminho parece nunca finalizado. Uma vez li um texto sobre felicidade, nele estava escrito que nosso sistema não é feito para que sejamos felizes, sempre temos que querer mais, seja ser mais magro, mais belo, mais rico ou mais esperto, sempre mais.

Eu não fujo da regra, quero escrever o mundo inteiro, quero trabalhar pelos museus e quero ter meu tempo de lazer, mas onde eu paro? Onde eu descanso? Tem dias que penso em parar um pouco, mas a culpa que sinto em não continuar me faz seguir em frente. Reforço que adoro escrever e contar histórias, porém não é apenas isso que enfrento, o que tenho são problemas que vão desde do macro como a Pandemia ou até o mínimo como precisar fazer algo num momento que não quero. Creio que a vida não é assim apenas para mim, quantos que estão lendo esse texto agora não queriam apenas parar e não fazer nada, você consegue?

Uma das atividades que mais me motivaram a continuar é o resultado, sabe quando eu escrevo uma coluna, por exemplo, e elas tem um público grande isso me deixa feliz, são cerca de quinhentas pessoas que leem meus textos todas semanas, isso me motiva a continuar. O mesmo é para a escrita de um livro ou um conto para alguma antologia, é fantástico ter as minhas histórias aprovadas ao ponto de serem lidas por alguém.

Fonte: Ronaldo Oliveira


É bom vencer, mas o que não nos contam é que nem sempre vencemos e buscar a vitória a todo momento pode ser frustrante e cansativo. Ser a pessoa que nunca desisti pode ser bem complicado, porém é necessário termos um objetivo, pelo menos para mim é. Eu não consigo viver sem ter algo para conquistar ou alcançar, não sei vocês, mas parece que a vida sem objetivo não tem sentido.

As realidades de cada um são complexas e cheias de momentos e situações distintas, porém parece que desde que nascemos somos programados para metas e não para viver. Eu não sei como parar, a roda do sistema vai continuar e parece que aqueles que param são esmagados por ela, pois todos os outros estão girando em uma corrida que não sabemos onde vai dar.

Acredito que seja importante parar um pouco, já escrevi outras vezes sobre esse assunto de focar no agora e meditação, entretanto acredito que seja bom reforçar que ninguém aguenta ficar ao máximo o tempo todo. Me conte nos comentários o que você faz para relaxar depois de uma intensa rotina.


Minhas redes sociais:

Facebook

Twitter

Instagram


Sobre a Coluna


A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Você se considera uma pessoa persistente? A vida adulta cobra muitas vezes que sejamos fortes e continuemos em frente, sem levar em conta nossa satisfação ou nossa vontade de fazer algo. Quantas vezes você não quis largar tudo e viver na praia? Abandonar o estresse e os problemas cotidianos que temos que lidar e viver de acordo com um ideal de vida mais calma. Entretanto, sabemos que temos trabalho para fazer, contas para pagar e coisas para comprar. São as necessidades que nos tornam pessoas capazes de fazer o que não queremos na hora que os outros querem. Noto que isso nos atinge em diferentes escalas, sendo uma delas no prazer e lazer.



O leitor, ou leitora, deve conhecer algum casal que não se dá bem, mas continua junto. Eu sei, é por vezes estranho ver isso acontecendo, essa quase força que as pessoas fazem para aguentar uma as outras, horas e dias que nunca mais teremos sendo desperdiçados em relações ruins que geram apenas desconforto e brigas.

Essa sensação me lembra um texto que fiz uma vez no Facebook, nele escrevi que estava abandonando um livro e que me sentia culpado por isso, pensava que estava cometendo um erro contra o autor que passou dias escrevendo ou toda a equipe editorial que trabalhou de forma dura para fazer o livro acontecer, porém ao invés de comentários falando sobre a dificuldade de abandonar, eu li comentários sobre a felicidade de abandonar. Eram pessoas que falavam como a vida é curta para acompanhar histórias ruins ou que não fossem para nós, e lembrando disso eu penso sobre como fazemos isso com mais situações da nossa vida, inclusive os relacionamentos sejam de amizades ou amorosos.

Eu mesmo me via em um desse relacionamento com amizades, principalmente na adolescência, época que andamos com pessoas não tão legais assim para que sejamos legais como vemos elas. A verdade é que esses relacionamentos evoluem e se proliferam na vida adulta, são inúmeras situações desconfortáveis e relações desagradáveis que vivemos. Por que não abandonamos essas relações como nossos livros chatos? Eu sei que você pode responder que livros chatos não te ligam para incomodar pelo fim, mas será que é isso mesmo que merecemos nesse pouco tempo que passamos na terra?


Fonte: Pexels

Acredito que não, a vida é curta demais para filmes chatos, pessoas erradas e livros desinteressantes. Também não quero que pense que sou um descartador de pessoas, sei que qualquer relacionamento tem crises e problemas, o diálogo é a melhor solução para isso, mas e se não adiantar? Viver uma vida no automático, pelo menos para mim, é péssimo. Não devemos desperdiçar nossa vida com isso, devemos conhecer filmes bons, pessoas incríveis e livros maravilhosos, mesmo que esses efeitos durem pouco tempo, já é maravilhoso.

Na coluna de hoje queria escrever sobre o abandono de livros pela metade, porém percebi que a nossa vida está repleta de sensações semelhantes. Acredito que o melhor para as diversas questões é seguir em frente, pensar e mudar quando for necessário, mas o principal é ser feliz seja com um livro ou com uma pessoa.

Minhas redes sociais:

Facebook

Instagram 

Twitter


Sobre a Coluna


A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Quem acompanha minhas redes sociais sobre minha carreira como escritor sabe que sempre defendo a literatura nacional. Busco consumir obras do nosso país, porém é inegável que obras estrangeiras tem uma imensa vantagem sobre nós, se pegarmos os mais vendidos dos últimos anos em diferentes categorias veremos como obras de fora são populares entre os leitores. É ainda mais desigual quando se comparam mídias como cinema e séries. Obras estrangeiras estão sempre em um alto fluxo entre seus consumidores, somos colonizados por uma cultura estrangeira que nos aprisiona sobre um ideal que não é o nosso.


Eu não vou ser hipócrita e falar que não sou influenciado pelo que vem de fora, sou e muitas vezes entendo que não tem como apagar isso do que somos. Vivemos em um mundo globalizado, o exemplo disso é o twitter que na semana das eleições dos EUA, teve esse assunto predominante entre as pessoas. Eles são a maioria, são deles os filmes mais vistos, os livros mais comentados e as músicas mais escutadas, são eles que moldam costumes e dizem qual série está na moda ou que tipo de assunto devemos abordar. Porém, caro leitor ou leitora, aqui também tem produção.

Não ouso apontar nomes para você, escritores nacionais são diversos e seria leviano da minha parte citar A ou B, muitos são amigos e não quero cometer injustiças em relação aos apontamentos. Vale citar que em qualquer página ou grupo de escrita vemos um número grande de pessoas que ou já estão no mercado ou querem se inserir. Onde estão esses leitores? São muitos os querem produzir e poucos os que querem consumir. Não chegaremos a lugar nenhum achando que nossa competição é entre nós, o maior competidor e o que mais ganha é o de fora, temos contra nós o filme baseado em livro que tem um marketing enorme entre redes socais e críticos. Qual autor brasileiro tem tamanho espaço? Mesmo se citar alguém mais badalado qual é a proporção entre nós e eles?

É muito mais fácil para alguém que tem todo um apoio midiático do que aqueles que não tem. Entretanto agora podemos combater isso, temos voz também, devemos estar presente no cotidiano das pessoas, da mesma forma que defendo uma Museologia no dia-a-dia da população, a escrita de autores nacionais também devem estar. Não podemos apenas lançar nossos livros e ficar parado esperando a venda, devemos ser agressivos na divulgação, ir aonde o leitor está, onde a população em grande maioria está, nas redes socais.

Eu tenho uma programação de post que faço de forma diária, meu foco são as duas redes socais com maiores públicos, o Instagram e o Facebook, nas duas tenho quase três mil pessoas que consomem memes e divulgação sobre minha carreira, tudo fruto de muito estudo da área de marketing, vão desde uma linguagem mais precisa e direta até para o uso de figuras para prender a atenção. É uma tática que funciona para mim, porém tenho alguns colegas que tem canais no Youtube ou Podcast que fazem um trabalho excelente na divulgação. No fim temos espaço para isso, mesmo sendo difícil bater de frente com o que vem de fora, temos conteúdo e força para tal.

Qual livro nacional é o seu favorito? Fonte: Google

A colonização cultural deve ser combatida, não que seja errado ver o que vem de fora, mas apenas consumir ou investir no que vem de lá é, pelo menos na minha visão. Aqui temos histórias próximas da nossa realidade e feita por pessoas que se esforçam dia após dia para isso, somos tão bons quanto do lado de lá, muitos aqui são melhores. Então leitor ou leitora, queria te convidar para conhecer as obras daqui. Deixe nos comentários alguma obra brasileira que você admira. 

Minhas Redes sociais:

Facebook

Instagram

Twitter


Sobre a Coluna


A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Nos últimos dias eu fui até uma grande rede de supermercados aqui da minha cidade e me surpreendi quando entrei lá e vi uma grande árvore de natal na minha frente. O ano está tão cheio de acontecimentos e mudanças no mundo e na minha vida que pela primeira vez me dei conta que estamos perto do natal, então como a cantora Simone eu me perguntei “O que eu fiz?”



O mundo de 2020 não foi para ninguém como o esperado, acredito que para grande maioria das pessoas foi um ano de médio para ruim, no meu caso foi um pouco de tudo, momentos ruins como uma pandemia mundial e desemprego, até momentos ótimos como a oportunidade de escrever em colunas e publicar o meu livro Gaúchas Negras. Entretanto, tiveram momentos tensos como o medo e a angustia que o Corona vírus trouxe, crises políticas cada vez mais fortes e um caminho incerto para o futuro de toda uma geração. O natal está aí e eu não sei o que fazer.

Pensar em como o ano passou rápido parece uma ação bem corriqueira, ainda mais numa sociedade tão instantânea e frenética como a nossa. A cada dia entramos em uma enxurrada de notícias que nos levam numa conturbada troca de emoções. As redes sociais são reflexo disso, onde a cada movimento do polegar temos uma emoção estampada de forma diferente, seja um vídeo fofo de animal ou o índice de morte de pessoas para o Covid19. Esse ano com certeza não foi fácil, provavelmente os próximos não serão, ainda teremos muitas consequências da pandemia em nossas vidas, com vacina ou não. Podemos lutar para ter aquela vida de 2019, mas o mundo mudou e agora pelo visto já é natal, e o que faremos?

Eu não sinto uma alegria de comemoração. É estranho pensar em uma união entre famílias e vivenciar esses cinco dias entre natal e ano novo, onde tudo parece dar certo e as pessoas são felizes, não sinto isso para esse ano. Não tive nenhuma perda próxima para o vírus, mas parece que quando paramos para pensar temos uma sensação ruim sobre tudo que aconteceu e acontece, pode ser um pouco de medo? Pode, porém o que se esperar de um ano pandêmico?

Muitos caminham tocando a vida, acho que muito dos problemas que enfrentamos se deve a isso, nós agimos com tranquilidade, somos tão domesticados por um sistema que nos educa para pensar ser tudo bem ser exposto a um vírus. O sistema nos cobra isso, sem trabalho não temos comida, casa ou comunicação, se for uma pessoa sem o apoio de outras as consequências podem ser piores. O que resta é tocar a vida, mesmo tendo a sensação ruim de que o mundo deveria parar.

                     
Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

O natal está chegando, eu descobri no corredor de um supermercado. Não sei o que fazer, mas sei que está diferente. Espero que você tenha uma percepção melhor, que seja uma época mais alegre para ti, contudo me parece uma época estranha, pois apesar do que fiz não parece que o ano seja de festividades como essa que se aproxima.

Minhas redes socais:

Facebook

Twitter

Instagram


Sobre a Coluna


A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Para quem não me conhece, além de colunista aqui no Jovens Cronistas, sou escritor e hoje gostaria de fazer uma atividade criativa contigo. Recentemente eu li um texto onde a autora fala sobre o “domingo sem tela”, o dia de domingo é um dia escolhido onde ela não posta nada e não interage com nenhuma tela, parece um sonho né? Eu sei, em outro texto que li um estudo aponta que o consumo da internet no período da pandemia cresceu 61%, ou seja, estamos muito mais conectados do que antes. Imagine agora um dia sem postagem, você consegue?


Imagine você um dia sem pegar o celular, sem ligar ou digitar, um dia sem vídeos engraçados do Whatsapp ou um dia sem o texto pomposo do Médium, ou quem sabe aquela Thread do Twitter consegue viver sem ela? O Instagram sem um dia de fotos ou o Facebook sem um dia de textos e divulgações, consegue? Imagina um personagem, um ser humano médio, que trabalha suas oito ou dez horas, talvez mais devido ao home office, mas imagina ele um dia sem postar um stories chegando ou saindo do trabalho, ou talvez sem aquela foto do trânsito diário, difícil né? Aquela comida gostosa ou a viagem que rende fotos ótimas com aquele filtro “Valencia” do Instagram, já pensou um dia sem isso? Eu sei, é complicado, também sou uma pessoa que não consegue viver sem redes sociais.

Eu tenho três perfis no Instagram, dois no Facebook e um no Twitter. Médium? Eu tenho. Linkedin? Também. Blog? Tá lá. Todos esses projetos e contas na internet não são as primeiras, e provavelmente não serão as últimas experiências digitais da minha vida, eu gosto de produzir conteúdo, talvez seja uma forma de validar minha opinião? Talvez, não sei. Gosto de expor o que penso e também das curtidas, é uma ótima sensação né? Eu entro no blogger e vejo que 600-800 pessoas leram o que penso, me sinto bem com isso, assim quando vejo os números das minhas redes que crescem dia após dia. Porém, também é uma cultura nociva, não apenas para mim que produzo, mas para todos que consomem. Empresas como Facebook ou Twitter não produzem nada, eles praticamente abrem um espaço, como se alguém construísse um prédio, você entra no prédio e começa a colocar suas fotos lá, colar cartazes com as causas que você se preocupa e pronto está lá, vivendo de graça e o seu pagamento é o seu tempo. Entretanto, os donos do prédio não são bobos, não pagou com o tempo? Tu irás direto para os últimos andares, sabe aquele papo de engajamento? É isso, você não produz todo dia? Tem quem produza, ele tem mais engajamento e com isso os posts dessas pessoas terão mais alcances, talvez ele esteja com outros selecionados vivendo na cobertura do prédio. Então você já sabe, para viver no prédio é preciso ser bonito, inteligente e engraçado, não é assim? Quer viver apenas de boas no seu canto? Então desocupa o topo, o prédio não tem pena. Certo, mas e se todos os inquilinos saíssem dos prédios e fossem para outro lugar? Um dia sem postagem, apenas um dia sem engajamento seria.

Prédios de Dubai ou seriam as novas redes sociais? Fonte: Divulgação

Esse dia não existe para quem quer produzir conteúdo, não tem frequência? Sai do prédio, não interage? Sai do prédio. Curta, comente e compartilhe, o prédio vai precisar de ti. No fim sou apenas um escritor, queria imaginar um mundo sem a necessidade da postagem, mas esse mundo não existe.

Se você também vive nesses prédios de redes sociais, me siga lá também, isso ajudará na minha estadia:


Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Vou perguntar algo para você que lê esse texto, você já se pegou perdendo tempo pelas redes sociais e quando viu achou um perfil verificado onde a pessoa tinha mais de um milhão de seguidores e você não tinha a mínima noção de quem era essa pessoa? Eu já, quase que uma vez por semana descubro alguém fora da minha bolha que é super famoso, seja uma instagramer de maquiagem ou fitness ou um humorista superfamoso que faz piada com moradores de rua e foi cancelado, quando chego para ver o sujeito nem sei quem é, mas o número de seguidores dele é impressionante.


Uma das formas de descobrir alguém é quando essa pessoa é “cancelada”, a patrulha do cancelamento da uma grande evidência para pessoas erradas. Onde muitos — eu incluso — perguntam “quem é?” e então começam uma pesquisa de querer saber o quão podre, ou não, é alguém para sofrer o cancelamento.

A internet é tão “conectada” que esquecemos que vivemos em um país com 220 milhões de pessoas e uma boa parte dessas pessoa tem contas em redes e consome conteúdo diferentes uma das outras, podemos chamar esses grupos distintos de nichos ou bolhas. Fato interessante sobre as bolhas é que as redes tentam de tudo quanto é forma nos manter dentro delas, é difícil fazer com que as bolhas entre em conflitos, mas uma atividade interessante para verificar seu nicho de pertencimento é entrar no perfil do político que você mais despreza, a sua bolha vai explodir, sabe aquelas pessoas que passam vergonha na televisão? Isso aquelas mesmas, estão nas redes, e é ainda pior, pois estão de forma mais ampla e protegidas por um falso anonimato.

Meu raciocínio é o seguinte, as pessoas estão cada vez mais viciadas em redes sociais e internet, com isso criam-se bolhas pois os sites não querem a gente fora deles, através disso pessoas são mais ouvidas ou lidas por falar diretamente com outras pessoas que pensam igual a ela, gerando aquela sensação famosa de “torcida de futebol”, onde independente do assunto você tem um lado e com isso vive no meio da sua torcida por vinte quatro horas por dia. Entretanto em determinado momento um anônimo perdido com uma foto qualquer no avatar fala mal do seu ser mitológico favorito, você rodeado dos seus iguais avança sobre o invasor assim como uma manada, protegendo o seu preferido. Pronto, após a ação a bolha continua intacta, sem problemas é como um gol do seu time de futebol.

Fonte:https://www.pexels.com/photo/ball-black-bubble-colorful-35016/

O perigo é que a bolha não vem com botão de desligar, nas raras vezes que a pessoa sai do celular a bolha invisível está lá, essa mesma pessoa que antes era violenta nas redes se direciona da mesma forma fora delas, o ataque persiste, mesmo sem apoio. O resultado é algo conhecido entre especialistas como “partir para ignorância” e xingar, e talvez (bem talvez), pois quem muito atinge na internet teme o mundo de fora, partir para um ataque físico.

A bolha é um espaço confortável, principalmente a digital, são conteúdos falsos sobre notícias e diferentes informações que reforçam nossa convicção sobre a nossa visão única e “verdadeira”. Ficar nela é opcional, cair em notícias falsas normalmente acontece pelo motivo que quereremos acreditar que tal ideia é verdadeira, sendo que na verdade não é. A resposta para aqueles mergulhados na bolha é recorrer para a criação de conspirações midiáticas e de outras vertentes, pois é mais fácil do que perceber as fraquezas de um lado, seja político ou não. A bolha é frágil no fim das contas, ficar dentro dela pode até ser confortável, mas sair dela é libertador.

Siga-me nas minhas redes sociais:

Facebook

Twitter

Instagram

Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Nas últimas semanas eu comecei a escrita do meu próximo livro. Conversando com outros colegas eu percebi um certo espanto, alguns até mesmo falaram sobre motivação e inspiração. O processo criativo de cada um é único, e nesse caso o meu processo de criação e de motivação estão atrelados a uma necessidade onde eu preciso fazer algo a todo momento. Na coluna de hoje pretendo me estender sobre essa ideia de motivação.


A minha motivação é algo que se faz presente em muitos momentos do meu dia, eu tenho a necessidade de fazer algo e de ter uma rotina. Essas foram as formas que encontrei para lidar com a minha ansiedade, já falei em outros textos como a escrita me ajuda com essa questão. Porém, a própria ansiedade me ajuda a criar, sinto uma ânsia em produzir e fazer com que novos projetos e novas ideias ganhem forma. Eu não vejo dificuldades em criar, minha maior dificuldade é em parar. Não me veja como o suprassumo da escrita e da criatividade, estou longe da perfeição, mas também não sou ingênuo em admitir que tenho uma facilidade sobre isso. Do dia 20 de setembro, data de lançamento do meu primeiro livro, até o dia 13 de outubro, data do início da escrita do meu segundo livro, eu escrevi e revisei 5 contos, são contos para diferentes antologias, convites e revistas que irei publicar nos próximos meses. Então eu parei e me perguntei, de onde vem essa motivação?


Em um texto meu lançado aqui nos Jovens Cronistas , eu falo sobre lugar no mundo (leia aqui), minha motivação está muito ligada a essa ideia. Eu desejo ter o meu espaço e não vou parar até conseguir, minha vida mudou muito nos últimos quatro meses e eu não estou satisfeito e nem pretendo estar. Então posso dizer que a minha motivação vem de uma insatisfação da minha parte, eu quero mais e busco por mais o tempo todo. Essa procura me leva para momentos que penso em desistir e buscar outra atividade, mas ao mesmo tempo penso se eu não lutar pelo o que quero, quem vai? Não sou nenhum motivador ou esses “coachs” que se acham superiores, não sou isso, mas eu quero e vou buscar por mais.

Essa ideia de motivação é uma tarefa injusta em nossas vidas, temos momentos que perdemos completamente o foco, porém temos outros momentos que tudo faz sentido e nos sentimos no caminho certo. A vida não te entrega um mapa para seguir e conquistar nossos sonhos, porém podemos em pequenos gestos e símbolos nos achar no caminho correto. A inércia vai nos manter onde estamos, é necessária uma força para alterar isso, talvez seja a motivação. Essa ideia é muitas vezes falada em nossa sociedade, normalmente ligado com bens de consumos, eu não falo disso, estar motivado é necessário não apenas para ter seus bens materiais, mas também é necessário para dar um sorriso.

Fonte:https://parapreencher.com/2020/02/13/carreira-de-escritor/

Eu busco minha motivação nos meus objetivos, quero conseguir reconhecimentos sim, mas apenas isso não é importante para mim, quero chegar longe, ir de palavras em palavras construindo minha história, é para isso que acordo todos os dias, eu não quero produzir para os outros apenas, quero produzir para mim. Essa é a missão mais difícil que tenho, porém estou motivado.

E você, de onde vem sua motivação? Deixe aqui nos comentários.

Se quiser pode me contatar nas minhas redes sociais:




Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Eu sou um fã de rap, me recordo de escutar esse estilo musical desde que tinha uns 9 anos de idade. Existia um canal de clipes e seu gênero principal era Rap. Tocava diversos artistas do gênero, normalmente norte-americanos e com um grande apelo mainstream, mas essa foi minha introdução nesse mundo que se faz presente em minha vida até hoje.


Como meu primeiro contato foi com o Rap estadunidense eu presenciei o estouro de uma geração por volta do ano de 2004, haviam as músicas de 50 cent, Eminem, Akon, Ja Rule, Jay-Z e outros que dominavam essa geração com letras em sua maioria voltadas para um realidade distante da minha de brasileiro, porém era encantador e ao mesmo tempo me fazia querer ser igual aqueles caras, com grandes carros, tênis de marca e roupas que faziam todos admira-los, era um desejo material, porém ainda assim era algo que me fazia admirar os artistas.

Ao longo dos anos eu fui mudando meu direcionamento de consumo de rap. Comecei a escutar os brasileiros, Racionais MC´S para ser mais exato foi e ainda é o que mais escuto. Existe um trecho da música “Vida Loka parte 1” que me incentivava bastante em minha pré-adolecencia e momentos difíceis. Segue o trecho: 

“Ei irmão nunca se esqueça, na guarda, guerreiro
Levanta a cabeça truta, onde estiver seja lá como for
Tenha fé porque até no lixão nasce flor.”

“Até no lixão nasce flor” essa frase forte, mas que faz refletir muito sobre não apenas a desigualdade social no Brasil, como também sobre ser possível vencer até mesmo nas mais difíceis situações. Eu me encontrava ouvido essa música e pensava que sim, era possível vencer.

Outras músicas foram fazendo parte da minha vida, as que mais admirava era as chamadas de “Rap de mensagem”, o termo que se popularizou nos últimos anos, com um estilo de protesto, não apenas contra políticos ou a corrupção e hipocrisia da sociedade, mas principalmente sobre um problema muito presente no país, o racismo. A letra de "Capítulo 4, versículo 3" dos Racionais apresenta dados que chocam aqueles que a interpretam. 

“60% dos jovens de periferia
Sem antecedentes criminais
Já sofreram violência policial 

A cada quatro pessoas mortas pela polícia, três são negras
Nas universidades brasileiras
Apenas 2% dos alunos são negros
A cada quatro horas um jovem negro morre violentamente em São Paulo
Aqui quem fala é Primo Preto mais um sobrevivente”

Fonte: Divulgação Racionais MC´S

Detalhe que o trecho acima é de uma música lançada em 1997, porém continua Atual. Mas não apenas no Brasil isso permanece atual, a música de Tupac Shakur, Changes, reflete até hoje sobre um sério problema. Segue o trecho com o início da música:


I see no changes wake up in the morning and I ask myself
Is life worth living should I blast myself?
I'm tired of bein' poor and even worse I'm black
My stomach hurts so I'm lookin' for a purse to snatch
Cops give a damn about a negro
Pull the trigger kill a nigga he's a hero


A tradução seria assim:

Eu não vejo mudanças. Acordo de manhã e

Me pergunto

Vale a pena viver a vida? Eu devo atirar em mim mesmo?

Eu estou cansado de ser pobre e até pior, eu sou negro

Meu estômago dói, então eu procuro uma bolsa para

Roubar

Os tiras dão a mínima para um negro? Puxam o gatilho

Mata um negro, ele é um herói 

Vendo o que temos em 2020, percebemos que Tupac tinha razão, nada mudou. Esses são apenas exemplos de músicas que comunicam não apenas uma arte, mas uma realidade. São problemas e dores expressados através delas. 

Eu sou um homem branco, não passo por problemas que trouxe nos exemplos. A polícia não me para e não sinto repressão do Estado contra mim. Mas é meu dever como uma pessoa privilegiada reconhecer meu privilégio e usar ele para combater qualquer tipo de racismo. O rap foi um dos principais meios de conscientização para mim, com ele escutei novas realidades e vi que ia além dos carros e festas de 2004, esse estilo dá voz para quem muitas vezes é silenciado. 

O funk aqui no Brasil muitas vezes também mostra uma voz e um povo que tentam excluir da nossa identidade brasileira. Falar que é uma música sem conteúdo é não entender o lugar do outro, o estilo da música do Funk muitas vezes mostra, assim como Rap que pessoas que a sociedade marginaliza também amam, se divertem e apresentam dores em relação a sua realidade, algo que a classe média e a classe alta tenta desumanizar. 

O Rap e o Funk são estilos que eu escuto, principalmente os nacionais. Eu gosto não apenas do ritmo, mas também do poder de comunicação que esses dois estilos dão para pessoas que muitas vezes testemunham suas exclusões em letras. 

Acredito que devemos abraçar nossa cultura, nossos artistas e principalmente entender o que eles falam. Não são apenas letras, são relatos de amor, de dor e principalmente de protestos contra uma sociedade que luta em exclui-los. 

A frase que acredito que reforça esse sentimento foi dita pela escritora mineira Conceição Evaristo:
  
"Eles combinaram de nos matar. E nós combinamos de não morrer."

Minhas redes sociais são:

Facebook

Twitter

Instagram

Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.
Quando eu tinha 16 anos me perguntei qual seria meu lugar no mundo? Eu então respondi que queria fazer algo grandioso, que fosse mudar o curso da humanidade. Queria então fazer um curso superior de Astrofísica, e assim mudar o mundo através da ciência espacial! O único problema era que sempre fui mal em Matemática e também em suas irmãs exatas, então como seria um astrofísico?


Eu tinha a errônea imagem que apenas com um grande feito eu estaria marcado na história. Tinha como exemplo os grandes cientistas como Einstein, Newton e Stephen Hawking, figuras excepcionais, que são marcantes em suas áreas. Para um jovem de 16 anos como eu, eles eram o sucesso. Vale ressaltar que também era um ávido leitor de ficção cientifica e um fã do seriado Jornada nas Estrelas, assim estava se consolidando meu futuro como um cientista espacial e quem sabe um astronauta. Eu levei em frente aquele sonho, antes disso, queria ser jornalista, mas por volta de 8 meses eu quis ser astrofísico, e ir audaciosamente aonde ninguém foi.

Eu pensava que a vida era muito curta e deveria me esforçar ao máximo para ficar marcado nela. Com o tempo essa ideia grandiosa de mudar o mundo foi caindo por terra, eu realmente não era bom em ciências exatas, as aulas de Geografia e História me encantavam muito mais do que as de físicas e suas fórmulas. Então, o ano do vestibular chegou e eu não fiz o vestibular para Astrofísica, a escolha foi Jornalismo, paixão da minha pré-adolescência e por uma boa parte da minha adolescência. Eu não passei no meu primeiro vestibular, e por um tempo, minha sensação era que não havia um lugar no mundo para mim. Não me sentia bom o bastante para exatas e a única coisa que gostava (Jornalismo, no caso) havia me reprovado.

Eu acabei indo para um local muito diferente do que havia planejado, no meu terceiro vestibular eu fui para Museologia. Foi um desafio, e ainda é, pensar que existem tantos problemas na área dos museus e na cultura, eu pretendo me esforçar para mudar isso. Outro lugar no mundo que encontrei foi com a escrita, uma área nova que por vezes fui convencido a desistir através de críticas e piadas. Porém, esses são os meus lugares no mundo atualmente, a Museologia e a escrita, são atividades que gosto de fazer e de estudar. Não sei como será o dia de amanhã, porém me vejo feliz aonde estou e ainda mais empolgado para onde quero ir.

Fonte: ccvalg.pt

O lugar no mundo e toda essa importância que buscamos é muito relativo. Meus pais, irmãos e parentes são importantes para mim, eles têm seu lugar no mundo, assim como eu acredito ter meu lugar no mundo com eles. Até mesmo aquele que for sozinho, mas souber reconhecer sua importância para si mesmo, verá que tem seu lugar junto a si.

A importância é relativa, ser grandioso também. Esse é um texto que gostaria de ler com 16 anos, talvez até hoje com 25 deveria colocar isso na minha cabeça. A vida é grandiosa, cheia de pessoas boas e momentos bons, não vale tanta cobrança e stress, muitas situações merecem a luta, mas algumas são apenas inúteis. Todos temos nosso lugar no mundo, nossa história e importância, você que lê essa coluna, meus sinceros agradecimentos.

Se quiser pode entrar em contato comigo pelas redes sociais:

Sobre a Coluna

A coluna O Mundo é um Museu é publicada sempre às sextas-feiras.