Fratelli Palestrini, cá
estamos nos Jovens Cronistas para trazer um resumo de 2016 do Palmeiras. Um ano
que poderia ter começado bem, mas vieram algumas turbulências necessárias para
que a glória viesse no final do ano. Se quiser relembrar esses momentos felizes
e tristes, continuem neste texto.
A chance que deu errado
No final do resumo de
2015, defendi a ideia de manter Marcelo Oliveira como treinador, já que queria
vê-lo com começo de trabalho no Palmeiras e não com o time em andamento. Vieram
algumas contratações como Jean, Moisés, Régis, Rodrigo, Vágner, Edu Dracena, etc.
Contratações que algumas vieram a dar frutos no final do ano.
O Paulistão começou com
o Palmeiras oscilante e praticamente com Marcelo Oliveira perdendo o grupo. O
time jogava bem um jogo, mas nos demais era totalmente desorganizado, mal
preparado fisicamente, correndo como formiga perdida, etc. Mesmo com vitória na
Libertadores diante do Rosario Central tomando um sufoco desgraçado o time
mostrava sinais de maus treinamentos.
O desastre veio após
uma derrota para o Nacional do Uruguai em casa por 2x1 em que Gustavo Munua deu
um BAILE tático no Marcelo, anulando TODAS as jogadas do Palmeiras com um
jogador a menos. Isso sem contar em bailes que o Palmeiras tomou contra
Ferroviária, Linense, São Bento, etc. Marcelo então foi demitido.
Nico López (hoje no Internacional) fez um dos gols que complicaram Palmeiras na Libertadores 2016 (uol.com) |
Mattos então deixou a amizade de lado e partiu
para o profissionalismo. Palmeiras trouxe o palmeirense Cuca que veio com um
discurso firme, mas o futebol... sempre reserva surpresas. Palmeiras precisava
de um choque a curto prazo, mas não deu certo. O time perdeu mais uma para o
Nacional e se complicou de vez.
Depois dessa derrota,
Cuca veio com “nós vamos ser campeões!”. Curiosamente, nas derrotas vexatórias,
os problemas costumam ser escancarados. Segundo o programa “Os Donos da
Bola-SP” apresentado pelo Craque Neto, Cuca teve o maior quebra pau no
vestiário após aquele jogo. Mas foi ali que ele viu quem prestava ou não para a
continuidade no campeonato a longo prazo.
O último jogo do Palmeiras pelo título foi
contra a Chapecoense que o destino lhes concedeu o mesmo fim que seu mascote, o
Índio Condá. Diz a lenda que a última árvore escalada pelo índio antes de sua
ida aos céus foi uma Palmeira. Só queria deixar NESTE PARÁGRAFO um apelo para
chegar nos dirigentes: se realmente forem emprestar jogadores para o clube
catarinense (eu sou MUITO a favor), não é para emprestar desafetos (que é o que está ocorrendo)! Há
jogadores bons recuperáveis e emprestáveis como Arouca, Rafael Marques, Leandro
(que estava no Coritiba), etc. Não sejam hipócritas ou safados!
Só quero deixar um recadinho também para os que falam que "o Santos seria campeão se não fossem as convocações para a seleção brasileira". Cada um realmente pode falar o que pensa, etc., mas falam como se o Palmeiras não tivesse sofrido nenhuma baixa, que foi tudo lindo e maravilhoso. Não. Um de seus líderes, Fernando Prass, ficou lesionado na metade do campeonato e foi preciso o terceiro goleiro entrar e corresponder muito bem. Não perdemos goleiro, mas tínhamos perdido liderança dentro de campo.
Ou seja, Palmeiras ainda precisava buscar um novo líder em campo. Cuca então buscou isso no Dudu que vinha na reserva até o empate contra a Chapecoense no primeiro turno e o rapaz correspondeu, sempre se dedicando e se empenhando ao máximo para que o verdão saísse com a vitória. Sobre convocações, Mina, Barrios e principalmente Gabriel Jesus desfalcaram o Palmeiras em convocações; tirando o paraguaio, os demais são titulares e importantes para o time. Acontece que alguns times ficam a mercê apenas de "fator casa" enquanto outros vivem a mercê de elenco. Este é o Palmeiras.
Cuca chegou no Palmeiras (esportes.r7.com) |
A Santa Água da virada
Palmeiras era derrotado
e abalado com Cuca no começo. O time tentava se organizar, mas não conseguia.
Mesmo com o treinador pedindo “em campeonato a longo prazo podem me cobrar”, a
torcida queria ali e agora. Mas no dia 27 de março, o Palmeiras perdeu de 4x1
para o Agua Santa de Diadema, clube que viria a ser rebaixado para a A2. E sim,
Palmeiras sentiu a água do Z6 do Paulistão bater no traseiro.
Palmeiras é derrotado pelo Água Santa no Paulistão 2016 (globoesporte.com) |
Cuca fechou o time e
foram para Atibaia treinar. Veio uma vitória tranquila sobre o Rio Claro por
3x0 em um jogo em que o Palmeiras criou inúmeras chances. Em seguida, vitória
no Dérbi por 1x0 e conforme foi mencionado aqui nos Jovens Cronistas, era o
princípio de um time. Um conjunto, uma organização, coletividade que não estava
sendo vista antes.
Veio a Libertadores, o
Palmeiras fez boas partidas contra Rosario Central fora e River Plate do
Uruguai em casa, mas não conseguiu avançar para a segunda fase. Para piorar,
veio uma eliminação diante do Santos no Paulista (campeonato que eles entendem
bem além de zoar no twitter), jogando um bom futebol. Três semanas para ajeitar
o time para o começo do campeonato a longo prazo.
A Pré-Temporada forçada e a conquista
Depois das eliminações,
Cuca pediu reforços e vieram: Roger Guedes, Tchê Tchê, o zagueiro Yerri Mina,
além da troca com o Cruzeiro em que mandamos Robinho e Lucas em troca de
Fabrício e Fabiano. Alguns reforços que chegaram a ser tratados como pontuais.
Alexi Stival reuniu o time e fez vários treinamentos.
Cuca comandando Palmeiras |
O resultado veio na
primeira rodada quando o Palmeiras atropelou o Atlético-PR por 4x0. Era visível a melhoria na equipe com o time mais ajeitado, com toques de bola rápidos, infiltrações, jogadas ensaiadas, somente artimanhas que podem ser conseguidas com TRABALHO e não com o popular "rachão".
Mas o time
não iria se encontrar na regularidade ainda, visto que perderia dois jogos fora
para Ponte Preta e São Paulo. A regularidade começou a aparecer quando o
Palmeiras engatou vitórias consecutivas contra Grêmio, Flamengo e Corinthians.
Não engatou contra o Coritiba na sequência porque alguns palhaços acenderam
sinalizadores.
Palmeiras seguiu
fazendo a lição de casa, mas veio mais um tropeço fora de casa, diante do
Cruzeiro por 2x1. Em seguida, o verdão voltou a fazer belas apresentações,
tendo um deslize contra o Santos em casa, mas venceu o Inter fora e quebrou um
tabu de 19 anos no Estádio Beira-Rio.
Depois disso, veio um
teste: sem Prass e Gabriel Jesus, como o Palmeiras se sairia? A princípio não
muito bem. Derrotas para Atlético-MG em casa, Botafogo fora, empate com
Chapecoense fora e a vitória só voltaria contra o time de mesmo nome com a
recuperação da liderança. Ainda assim, Palmeiras bateu o fortíssimo Atlético-PR
em seus domínios para largar no segundo turno.
Segundo turno que
ofereceu muitos testes: o próximo seria um teste de olfato. O Flamengo se
aproximou do Palmeiras pela briga na ponta e o que se viu foi uma mobilização
jornalística com os holofotes direcionados ao Flamengo. O rubro-negro fez até
uma boa apresentação no Allianz no confronto direto, mas o Palmeiras conseguiu
manter a ponta. Nesse momento, parecia que o Palmeiras estava brigando por
rebaixamento e o Flamengo tinha 20 pontos de diferença para o segundo colocado
segundo a mídia. Era tanta notícia ruim inventada no Palmeiras, tanta coisa boa
nos cariocas e o próximo jogo do verdão era o derbi em Itaquera.
Principal crítico de Cuca no Palmeiras, Mauro Cezar Pereira (ESPN) viu o Verdão manter-se firme (espn.com) |
Aí que o Palmeiras
venceu o primeiro jogo de campeão. Venceu sem muitos sustos o Corinthians em
seus domínios o que sempre foi complicado para muitos (acredito que há a
vantagem do Palmeiras em Itaquera por causa do “fator clássico”). Aí começaram
a ver que o Palmeiras era cachorro grande.
Com as críticas ao
estilo de “chuveirinho” do Cuca, veio uma vitória diante do Coritiba em casa
com uma jogada ensaiada. Vieram vitórias contra Santa Cruz e América MG fora de
casa, mas um empate diante do Cruzeiro parecia esfriar os ânimos e aumentar a
tensão quando o verdão em seguida bateu o Figueirense em jogo polêmico – aliás,
o que não faltou foi arbitragem na jornada palestrina, e muito mais contra do
que a favor.
Flamengo foi tropeçando
e na sequência decisiva, vimos o Palmeiras bater Inter, empatar com Galo fora,
bater Botafogo e Chapecoense com apenas
um gol tomado nesses quatro jogos, um time com muita frieza, seriedade, garra e
principalmente CULHÃO. Não faltou mesmo. Coroaram a promessa de Cuca sobre o
campeonato a longo prazo.
Dudu ergue a taça com Paulo Nobre. Mais uma conquista para o Palmeiras (segueojogo.net) |
Só quero deixar um recadinho também para os que falam que "o Santos seria campeão se não fossem as convocações para a seleção brasileira". Cada um realmente pode falar o que pensa, etc., mas falam como se o Palmeiras não tivesse sofrido nenhuma baixa, que foi tudo lindo e maravilhoso. Não. Um de seus líderes, Fernando Prass, ficou lesionado na metade do campeonato e foi preciso o terceiro goleiro entrar e corresponder muito bem. Não perdemos goleiro, mas tínhamos perdido liderança dentro de campo.
Ou seja, Palmeiras ainda precisava buscar um novo líder em campo. Cuca então buscou isso no Dudu que vinha na reserva até o empate contra a Chapecoense no primeiro turno e o rapaz correspondeu, sempre se dedicando e se empenhando ao máximo para que o verdão saísse com a vitória. Sobre convocações, Mina, Barrios e principalmente Gabriel Jesus desfalcaram o Palmeiras em convocações; tirando o paraguaio, os demais são titulares e importantes para o time. Acontece que alguns times ficam a mercê apenas de "fator casa" enquanto outros vivem a mercê de elenco. Este é o Palmeiras.
Defendendo o título: perdemos para o campeão
Palmeiras foi para a
Copa do Brasil como o atual campeão e entrou apenas na fase de oitavas de final
devido à participação na Libertadores. Pegou o bom time do Botafogo da Paraíba,
mas conseguiu se classificar com certa tranquilidade após fazer um largo placar
em casa.
Em seguida veio um
grande duelo contra o Grêmio em que o time gaúcho teve mais disposição e
espírito de mata-mata nos dois jogos das quartas de final. Palmeiras em casa
até que fez uma boa partida, mas faltou aquele algo a mais em Porto Alegre.
Pelo menos caímos diante dos campeões.
Palmeiras foi aguerrido, saiu na frente com Thiago Martins, mas cedeu empate ao Grêmio (globoesporte.com) |
Considerações
Palmeiras começou mal o
ano, mal planejado e preparado. O reajuste veio um pouco tarde, custando caro
algumas prioridades. Contudo, a melhoria começou a ser vista e realmente foi
concretizada com a conquista do brasileirão 2016, pagando assim a “dívida” que
Cuca tinha com a torcida desde 1992.
A baixa fica para a
saída do treinador que para ficar bem claro saiu pelas portas da frente.
Palmeirense só tem a agradecer ao treinador que organizou um bom elenco dentro
das quatro linhas, brigou quando foi necessário para o melhor pro time. Quando
os dirigentes agiram como profissionais e não amigos, o profissionalismo passou
da presidência para a gerência, da gerência para o comando técnico e do comando
técnico para o campo. É assim que tem que ser INCLUSIVE com a chegada do novo
contratado Eduardo Baptista. Bom nome, mas não se sabe como vai lidar com a
pressão de time grande e ainda mais para ganhar títulos.
Que peguem os oito
meses de maio até dezembro como exemplo para aplicar no ano inteiro de 2017.
Palmeirenses finalmente estão voltando a se acostumar com conquistas e é isso
que tem que ser cobrado para o ano que vem. Como diria o grande Zé Roberto: “O
Palmeiras é Gigante!”
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