Olá a todos e todas!
Estamos de volta para incomodar mais uma vez vocês com estas mal escritas linhas.
O reality show, por sua vez, segue a pleno e esta edição, talvez muito por causa da pandemia que faz com que as pessoas fiquem mais tempo em casa, parece estar chamando mais a atenção da população. Alguns diriam que é uma cortina de fumaça para os verdadeiros problemas da sociedade brasileira, no que concordo, porém tem aspectos desta edição que merecem uma reflexão.
O ambiente dos reality shows no estilo BBB permite o surgimento de verdadeiras torcidas que, muitas vezes, parecem não medir esforços no sentido de excluir este ou aquele candidato. No mais recente "Paredão", o humorista gaúcho Nego Di foi eliminado com históricos 98,76% dos votos.
O humorista criou um grupo com outros três participantes que se organizava e planejava votos. Enfim, jogava o jogo. O que fica claro é que as atitudes de todos lá dentro restringem-se, em maior ou menor intensidade, ao jogo, ou seja, o que acontece na casa, fica na casa, parafraseando o filme "A espera de um milagre". O Big Brother parece dividido em micro novelas de sete dias que culminam com a eliminação de um dos participantes. No dia seguinte, tem início um novo capítulo da saga.
Um programa como este pode estimular experiências fascistas, tanto dentro quanto fora do confinamento como quando Lucas Penteado só pôde fazer sua refeição depois de todos os demais participantes e por ordem de Karol Conká. A submissão de Lucas à exigência da rapper curitibana somada a anuência dos demais concebeu a moldura a uma das imagens mais tristes desta edição: a segregação como regra.
O fascismo cresce muitas vezes na ausência de reação daqueles que poderiam ser seus potenciais adversários. Quando se vê, o ovo da serpente chocou e daí...muitas vezes já é tarde. Inúmeras atitudes fascistas tomadas no ambiente do BBB muitas vezes repercutem com força aqui fora. No mais recente Paredão, como já comentei, o humorista Nego Di foi eliminado com um índice inédito de 98,76%.
O maior problema nem foi o índice histórico de rejeição, mas a reação que as tais torcidas do BBB tomam aqui fora. Quando chega-se ao nível de ameaça à familiares do participante é porque perdeu-se o controle sobre as consequências do jogo. É inaceitável que não se perceba que algo de muito grave pode ocorrer logo ali na próxima esquina bastando, para isso, que não atentemos para os sinais que são emitidos. Pode-se perder o controle quando, por exemplo, alguém com milhares de seguidores nas redes sociais faz um um vídeo conclamando a expulsão de determinado membro. A sugestão inicial é de simplesmente votar pela eliminação, porém não se imagina como cada seguidor irá receber aquela mensagem.
Na política brasileira o capítulo mais recente - outra cortina de fumaça no ambiente pandêmico, diriam alguns - diz respeito à prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL/RJ). Depois de publicar vídeos em que criticava fortemente os ministros do STF e defendia a volta do AI-5, o deputado teve sua prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. É importante que se diga que o mesmo STF foi alvo de sucessivas agressões de uns tempos pra cá, ou alguém esqueceu dos fogos de artifícios jogados sobre o prédio do Tribunal pelos 300, que era na verdade uns 30 ou 40? E a personagem Sara Giromini que, usando nome falso, fez também vídeos com ameaças ao ministro Alexandre de Moraes, que dias depois permitiu que esta ficasse em prisão domiciliar desde que usando tornozeleira eletrônica. Será que os ministros do Supremo Tribunal ainda não se deram conta da real ameaça que está sobre nossas cabeças?
Se bem que esta reação do STF até foi rápida, pois, na média, levam três anos para dar uma resposta além de notas de repúdio, vide o caso do tweet do general.
A pouco foi mantida a prisão do deputado por duas votações que, pelos resultados, não deixam dúvidas: entre os ministros do STF acachapantes 11x0 pela prisão do deputado do PSL/RJ e na Câmara dos Deputados, 364 x 130 contra os interesses de Daniel Silveira que, desta forma,. permanecerá no confinamento do xilindró.
1)Por que os policiais que foram prender o deputado bolsonarista permitiram que ele ainda fizesse um vídeo, enquanto esperavam na sala?
2)Por que o STF demora tanto a reagir aos ataques que sofre frequentemente?
3) A fala do 02 sobre fechar o STF "com um jipe, um cabo e um soldado" até hoje não teve nem nota de repúdio. Se bem, será que já fez três anos?
Olá pessoal!
Dando prosseguimento às entrevistas do projeto "Bate Papo Cultural" começo com entrevista com o vocalista da banda de thrash metal paulista GomorraA, MD. Para (re)ver clique aqui.
Em seguida, recebi o músico e "homem multi-plataforma", Evandro Martins. Nosso entrevistado além de músico, é professor, historiador, geógrafo e psicólogo. Para conhecer a trajetória e aproveitar a conversa, clique aqui.
Na sequência dos acontecimentos, conversei com a cantora gaúcha Adriana Deffenti que contou a sua história e seus planos. Para saber mais, clique aqui.
Outro momento de peso dos encontros do "Bate Papo Cultural" foi a entrevista com o guitarrista da banda de thrash metal Gladiator, Ivan Santos. Publicitário de formação, Ivan contou a história da banda e os shows que a banda tem feito para comemorar o tempo de estrada. Para (re)ver, clique aqui.
A edição #32 do "Bate Papo Cultural" foi com o rocker gaúcho Spades Vandall que contou sobre sua carreira solo e seu tempo a frente da banda Savannah. Spades comentou sobre seus mais recentes lançamentos e como as pessoas fazem para adquiri-los. Se você quiser conhecer este rocker, clique aqui.
O penúltimo episódio contou com a presença de Leandro Sberzesengik, membro da banda de thrash metal Pietá e professor de idiomas (Italiano e Espanhol), Leandro contou sobre a história da banda e como estão os planos da Pietá para 2021. Clique aqui, para aproveitar esta conversa.
Para encerrar a trajetória do "Bate Papo Cultural" em 2020, entrevistei um músico que é referência para as novas gerações: Nei Van Soria. Membro de bandas fundamentais para origem do rock brasileiro (TNT e Cascavelletes), está com uma sólida carreira solo em que utiliza-se muito das plataformas, até por causa da pandemia do Coronavírus. Para conhecer mais da história de Nei Van Soria, clique aqui.
Estas foram as entrevistas feitas com alguns representantes do mundo do rock durante o primeiro ano do "Bate Papo Cultural". Mas temos outras entrevistas que virão por ai que trataram de outros temas.
Fiquem atentos(as)
Abraços,
Ulisses B. dos Santos
Olá a todos e todas!
Na coluna anterior comecei a divulgar as entrevistas realizadas no programa "Bate Papo Cultural", se vocês quiserem (re)vê-las, cliquem aqui.
Nesta sequência das entrevistas do programa "Bate Papo Cultural" vamos dar mais peso à conversa.
Nosso primeiro convidado foi o baixista da banda de thrash metal carioca Hicsos, Marco Anvito e, como nas demais entrevistas você acessa clicando no nome do artista. Em seguida entrevistei o guitarrista Vandré Nascimento que desenvolveu uma técnica para as pessoas aprenderem a tocar guitarra.
O rock que tem uma origem de contestação, por mais que hoje seja muitas vezes só um produto, atualmente temos momentos em que várias bandas são reunidas para ajudar quem mais precisa. Foi nessa vibe que recebi, o produtor Fell Rios que promovia um festival online em benefício de uma entidade que presta antedimentos fisioterápicos (Cerepal). Para assistir a entrevista, clique no nome do produtor gaúcho.
O próximo entrevistado foi o vocalista da banda de hardcore Ferrolho, Adriano Lamana, seus projetos e o da banda ferrolho, bem como o que pretendem para 2021 está bem explícito nesta entrevista. Para encerrar este segundo bloco de entrevistas deixo com vocês o vocalista da banda de thrash metal gaúcha Panic, Regenero.
Até a próxima.
Abraços,
Ulisses.
Olá, todos e todas!!!
Como vocês já sabem eu comecei esse ano um programa de entrevistas no meu Instagram e, depois de encerrada temporada, coloquei todos os episódios na minha página no youtube. Neste programa as pessoas assim como os assunto eram muito diversificados, porém a maior parte dos convidados eram do mundo da música.
Com a intenção de divulgar mais as entrevistas resolvi por dividi-las em grupos que, como vocês já viram no título esta será a parte 1 dos encontros com rockers.
A primeira entrevista com alguém do universo da música foi o com o líder da banda de thrash metal Leviaethan Flávio Soares Se quiser (re)ver, clique no nome do artista. Em seguida, conversei com o líder da banda Ultramen, Tonho Crocco e o nome do músico é atalho para o link da entrevista.
Aqui será sempre assim, o link do bate-papo estará no nome do entrevistado para ficar mais fácil de acessar. O programa seguiu com outras entrevistas temáticas que tratavam de outros assuntos como, por exemplo, o movimento e o 20 de setembro (Guerra do Farrapos ou Revolução Farroupilha numa ótima conversa com o professor e historiador Adriano Viaro) ou mesmo sobre arte com o ilustrador Felipe Xavier.
Na sequencia, meu convidado foi um dos tantos músicos cuja trajetória se confunde com a história do rock gaúcho e nacional, ex-Cascavellettes e fundador da Graforréia Xilarmônica, Frank Jorge.
Pra encerrar em alto nível esta primeira parte da entrevistas do #BatePapoCultural deixo vocês com o link da entrevista com Alemão Ronaldo. Aproveite que esta foi só a primeira parte.
Para reforçar, clique no nome do artista para acessar a entrevista.
Um forte abraço a todos e todas,
Ulisses B. do Santos.
Olá a todos e todas!
A grande notícia do dia é que, mais rápida do que a elaboração da vacina contra a Covid19, a economia brasileira saiu da recessão para o regozijar de todos os envolvidos. Porém e sempre tem um porém...devemos ser atentos aos detalhes pois, como eu sempre digo, o diabo mora nos detalhes.
Durante o auge da pandemia, ou naquele período que determinou-se como sendo seu auge, entre os meses de abril e junho as previsões das autoridades internacionais previam que mesmo países como China e Estados Unidos teriam ao final do ano um crescimento econômico ínfimo e países como o Brasil teriam resultados na faixa de -5,5%.
Vamos fazer uma recapitulação rápida. O PIB brasileiro fechou o primeiro trimestre de 2020, portanto antes de sentir os efeitos da pandemia, em -1,5%. Em seguida, no segundo trimestre com todo o reforço dos efeitos da crise sanitária o tombo foi recorde: -9,6%.
O que se anuncia agora, com certa timidez é verdade, é que a economia fechou terceiro trimestre em 7,7%. A comemoração do resultado soa pálida pelo detalhe que os comentaristas não estão destacando que este valor robusto se dá cenário negativo acumulado de 11,1% e, com isso, o valor real é de -3,4%. Se -3,4% não significa recessão, eu não sei o que pode significar... basta pesquisar o número de desempregados que não para de crescer, a perda do poder aquisitivo das pessoas, a concentração de renda, o empobrecimento da classe média.
Para entenderem os valores reais da economia neste ano, considerando-se claro os efeitos da pandemia e não esquecendo que, em grande parte, este valor positivo deve-se ao auxílio emergencial e o fato que ninguém usou 600 reais para enriquecer mas para, até onde fosse possível, consumir e com isso, como dizem os estudiosos, "fazer a economia girar", acessem este site:
https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php
A imagem é clara e a informação é oficial. O resultado que temos é de -3,4% até setembro. Resta saber qual foi o resultado no último trimestre deste ano que provavelmente será anunciado no início de 2021 até para não estragar as já combalidas festas de fim de ano. Outra pergunta que fica, a ser respondida pelo ministro Paulo Guedes ou mesmo pelo Presidente Jair Bolsonaro, é se o auxílio emergencial será mantido?
A pergunta é pertinente uma vez que ps economistas que analisam estes índice de 7,7% do terceiro trimestre afirmam que deve-se em muito ao auxílio de 600 reais.
Abraços a todos e todas!
Boa Semana,
Ulisses Santos.
Marielle Franco
Jamile Franco
Raymã
Uso esta coluna para, juntos a todos e todas, denunciar a brutalidade da violência cotidiana contra os negros e negras deste país. Como sociedade temos que dar um BASTA! a este genocídio que está sendo perpetrado contra os negros e negras deste país.
A luta contra o racismo é também e cada vez mais daqueles não negros. Não podemos aceitar como normal que o vice-presidente diga que "com toda a tranquilidade que não há racismo no Brasil."
Em momento algum estou usando esta coluna para ocupar um lugar de fala que não me pertence. Estou sim cerrando fileiras contra o racismo estrutural.
FORÇA NA LUTA CONTRA O RACISMO ESTRUTURAL!
Ulisses B. dos Santos
P.S.: Esta é uma edição extraordinária.
Olá a todos e todas!
Olá a todos e todas!
Tudo bem com vocês?
Por aqui seguimos.
Saudações,
Ulisses B. dos Santos.
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Em meio a essa turbulência, seguimos...
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O papel da imprensa |
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Por aqui vamos indo do que jeito que dá.
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Por aqui estamos caminhando sempre.
Na semana passada o tema central, que dividiu o mundo em antes e depois foi o discurso do Lula no feriado nacional. Mostrei como as palavras ditas por esta personagem que é relegada a terceiro ou quarto plano ainda pesam. E como pesam. Tanto que motivaram ações de personagens da justiça brasileira na sequência daquela semana. Se quiser (re)ler, clique aqui.
Agora vou tratar de novo sobre aquela chaga que insiste em aparecer entre nós. Vou falar sobre Racismo. Sim, estamos em pleno século XXI e ainda temos que lidar com atitudes racistas em qualquer lugar do mundo. É importante que se diga que nenhum lugar está livre de ser palco de atitudes racistas.
Pode ser no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos ou em algum país do velho continente e o que vou tratar aqui é o que ocorreu na França, mais precisamente em uma partida envolvendo o jogador brasileiro Neymar.
Vou me permitir não descrever o ocorrido pois até aqui todos e todas já devem ter visto as cenas inúmeras vezes e o que quero tratar aqui é da repercussão do ocorrido e alguns de seus desdobramentos.
Primeiramente é importante destacar que parece que Neymar teve algo entre uma tomada de consciência. Consciência de que é negro e que pode, apesar de viver numa bolha social derivada de sua condição financeira, ser vítima de racismo. Neymar deu-se conta, da pior forma, que não está livre de sofrer atos racistas. O jogador expressou toda a sua indignação em suas redes sociais.
Algumas pessoas, com a intenção de critica-lo, trataram de lembrar que no passado o atleta disse que nunca sofrera com racismo por "não ouvir o que acontece em campo", "por só se preocupar em jogar bola". Precisamos entender que Neymar disse isso há uma década atrás e que naquela época vivia sim numa redoma e sim ele só dava importância para jogar bola. Agora não, agora Neymar cresceu e precisou sofrer um ato racista para amadurecer. Bem, pelo menos amadureceu. Precisamos saber quais serão os posicionamentos de Neymar apartir de agora. Se irá seguir o exemplo de Louis Hamilton de posicionar-se contra o racismo em qualquer lugar do mundo.
Mas, e sempre tem um "Mas" em tudo...
O que mais impressionou nas atitudes de Neymar e de Hamilton? Neymar foi expulso e Hamilton será investigado pela FIA se sua atitude, no pódium da mais recente, corrida foi política. Hein? Como?
Nos programas de debate esportivo alguns apresentadores puseram em dúvida se realmente Neymar sofrera um ato racista de seu adversário, uma vez que não se tem a imagem...tipo vocês queriam o que? Queriam que o cara viesse até a câmera da emissora de tv e dissesse para todo mundo ler os lábios dele os xingamentos racistas?
A verdade é que essa dúvida só favorece o racista pois fica aquela sensação de "Será mesmo? Será que o Neymar não tá exagerando?" É quase como se fosse dito com outras palavras..."Ah. Neymar, deixa de mimimi".
A sociedade tem que parar de "passar pano" para racista. Temos que aprender a punir as atitudes racistas com a força que elas merecem. Quando se duvida do racista está se dando o aval para que continue. Se Neymar vai despertar sua consciência crítica e vai posicionar-se frontalmente na luta contra o racismo só o desenrolar dos meses poderá nos mostrar. Em momento algum me coloquei aqui no lugar das pessoas que sofrem racista. Estou na verdade aqui com sentimento de empatia para com as pessoas que sofrem racismo.
Temos que lembrar todos os dias as palavras de Angela Davis: "Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista."
Livro da semana: "Como conversar com um fascista", de Marcia Tiburi.
Saudações,
Ulisses B. dos Santos.
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Onde está o povo neste quadro? |
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Optamos pela barbárie quando na tarde daquele domingo (17 de abril de 2016), um deputado inexpressivo, que ganha espaço na mídia pelo caráter caricato, ao proferir seu voto enalteceu a memória de um torturador. No tipo de sociedade que imagino decente, ele sequer terminaria seu voto, saindo preso de imediato por apologia à tortura. Naquele momento rompemos um limite, talvez o mais importante de todos: a partir daquele instante, a sociedade brasileira passou a banalizar a violência no discurso e na prática. Aquele deputado patético, pertencente ao baixo clero, tornaria-se o próximo presidente do Brasil.
Optamos pela barbárie quando banalizamos que uma criança caia do nono andar em um prédio de luxo no Centro do Recife(PE) e tudo caia no esquecimento no momento em que a patroa, que deveria ser presa, pague uma fiança de vinte mil reais, deixando para trás uma mãe devastada pela tragédia. Miguel tinha apenas cinco anos.
Optamos pela barbárie quando glamourizamos programas de televisão que tem como pauta única a tragédia sem meio-termos. Esta opção fica mais evidente quando os apresentadores, na simples sugestão de lançarem-se á candidaturas, descobrem que teriam chances de êxito. Em outros casos, apesar de não se elegerem, passam a influenciar candidaturas e eleitos.
Optamos pela barbárie quando em 2013, no começo de uma crise social e política que resultaria nesta aventura fascista que ocorre na presidência da república, pessoas, que haviam cometido crimes, eram presas por populares, amarradas em postes e na televisão uma apresentadora bradava: "Tá com pena? Leva pra casa!"
Optamos pela barbárie quando vemos uma vítima de estupro, com idade de dez anos, passar a condição de condenada por fascistas que exigem que mantenha a gestação. Em nome "da vida". Na vida da criança essas pessoas não pensaram em nenhum momento. Estas pessoas deram-se ao trabalho de ir atrapalhar o cotidiano do hospital em que a menina estava internada. Deste caso, que parece ter sido solucionado uma vez que o tio estuprador foi preso, ficam perguntas: Como a líder dos fascistas soube do nome da criança e do hospital em que estava? Que fonte é essa que ela diz ter no hospital? O que será da vida desta criança tão acostumada com a violência?
Optamos pela barbárie quando damos de ombros para verdadeiras chacinas ocorridas nas periferias, muitas vezes por forças policiais e, em muitos casos, no noticiário as vítimas sequer possuem nomes.
Optamos pela barbárie quando assistimos, sentados em nossos sofás, a líder fascista, que roubou o nome de uma espiã nazista, ser beneficiada pela prisão domiciliar depois de ameaçar um ministro da Suprema Corte. Um detalhe chama a atenção: foi o mesmo juiz que concedeu este privilégio à líder fascista. O que terá ocorrido que nos foge ao conhecimento?
Optamos pela barbárie quando assistimos complacentes um juiz determinar os rumos de uma eleição para logo ali tornar-se ministro do eleito. Este mesmo. agora ex-juiz e ex-ministro, foi defenestrado e caiu no esquecimento. Optamos pela barbárie quando um juiz determina prisão domiciliar para uma foragida da justiça e quando parece que esta decisão foi reparada, vem um ministro do STF e a revoga devolvendo o condenado e esposa para condição de prisão domiciliar. É, pelo visto, tem detalhes nos foge a compreensão. Existem aspectos relacionados ao caso Queiróz que não sabemos e que diz respeito a muitas pessoas importantes. Pelo menos, dá a entender.
Finalmente, a verdade é que muitas são as razões para acreditar que, entre estes dois conceitos tão opostos, escolhemos aquele que nos agride a sobrevivência, colocando-nos uns contra os outros numa guerra fatricida.
Quando iniciou a quarentena, aqui em casa nos perguntávamos como a sociedade sairia deste processo. De início acreditávamos que sairíamos melhor, pois seria um momento de reflexão interior. Porém, o que se vê com, por exemplo, o aumento de casos de feminicídios é que, para mantermos ainda um pouco de esperança, não sabemos a resposta.
Sugestão de filme:"Caráter", de Mike Vam Diem (1997)
Sugestão de livro: "Fahreinheit 451", Ray Bradbury
Até semana que vem.
Saudações,
Ulisses B. dos Santos.
Twitter e Instagram: @prof_colorado
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Olá a todos, todas, e todes! Espero que estejam bem.
Quando alguém fala em cem mil mortos pelo CoronaVírus podemos imaginar, para efeito de cálculo, um núcleo familiar (e aqui por família entende-se qualquer grupo de pessoas que viva junto) de quatro pessoas. Então, se cada uma destas cem mil vítimas for multiplicada por três teremos trezentas mil pessoas atingidas diretamente por esta tragédia.
Enquanto isso, o presidente segue sua trajetória de infâmia desconsiderando por completo a ciência e fazendo seu discurso a partir da lógica do "nós contra eles". Em um ambiente que começa a se preocupar mais com o político e menos com a ciência temos um presidente negacionista que passou a enfrentar governadores e prefeitos e no meio deste embate temos a população sofrendo.
Um aspecto que chama a atenção neste cenário que para distópico faltaria pouco é a inércia da população brasileira frente a este quadro social caótico. A notícia de centenas de mortes diárias tornou-se corriqueira, banal e não chama mais atenção das pessoas. Sabermos que a média de mortes da semana ultrapassa as mil não nos comove mais. Sequer uma hashtag para dispor na minha rede social predileta foi criada. Banalizamos a morte. Aceitamos a chacina como normal.
Ah, ia esquecendo de um pequeno detalhe: estes milhares de mortes são SOMENTE da Covid19. Neste cômputo não estão outras mortes ou mesmo acidentes ocorridos nos dia-a-dia.
Bolsonaro e sua gente são culpados por este estado de coisas pois todos nós em posição de enfrentamento contra o outro Costumo dizer que, em muito, a relação do líder político com sua população é de exemplo. Se há um estímulo a empatia, este sentimento se irradia pela população. Mas, se o exemplo é ruim, acontece o mesmo. Parece ser este último o caso do povo brasileiro e seu presidente. O que vemos é uma irradiação de um sentimento ruim e as pessoas olham para as outras com desconfiança e ódio. Por isso não se importam com a milhares de mortes, só por Covid19, em uma semana. Mas, cada vez mais, os casos de perdas se aproximam de cada um de nós e amanhã pode ser um vizinho, um amigo, um familiar ou até mesmo um de nós. Aí, lembrando aqui Berthold Brecht, será que farão alguma coisa por nós?
Sugestões da semana:
Filme: "Culpado por Suspeita", sobre o período do Macartismo.
Livro: "Ensaio sobre a Cegueira", José Saramago.
Até semana que vem.
Saudações,
Ulisses B. dos Santos.
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Olá a todos, todas e todes! Como vocês estão? Por aqui vai-se indo...
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Olá a todos, todas e todes!
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A coluna SobreTudo é publicada sempre às terças-feiras. (sim, eu sei, hoje é quinta-feira)
Tudo bem com vocês? Como vocês estão?
Por aqui vai-se indo...
Na semana passada fiz um comentário sobre aquele grupo social que, apesar de viver de salário e vender sua mão de obrar, não se considera trabalhador. Aquele grupo que sempre que se olha no espelho o que vê é um burguês que não é admitido na burguesia apesar de tanto admirá-la: a classe média. Nesta semana que passou tivemos outro exemplo de como age a classe média, mas vou tratar disso mais adiante. Para ler a coluna anterior, clique aqui.
Uma das características do fascismo é o anticientificismo, muitas vezes, disfarçado de ciência.Pois é justamente o que demonstra o presidente Bolsonaro desde o início da pandemia do Coronavírus. Todos os especialistas avaliam que, pela ausência de medicamento para o tratamento da Covid19, o ideal é o isolamento social, a chamada quarentena.
Muitos países que não adotaram essa prática sofreram, e estão sofrendo, com centenas de milhares de mortes.Contrariando os especialistas, Bolsonaro afirma e repete o que parece que só ele sabe: os remédios para combater a doença são a Cloroquina e a Hidroxicloroquina.
Depois de quatro meses de crise pandêmica, em que desobedeceu diariamente o isolamento social e, desta forma, deu o exemplo seguido cegamente por seu rebanho - gado?, Bolsonaro seguiu dizendo que a solução para a doença estava nos remédios citados e para reforçar sua liderança fez o que todos consideravam improvável: depois de realizar um terceiro exame para saber se estava com a Covid19, anunciou que dera positivo e que começaria o tratamento com Cloroquina.
Além de (auto?)medicar-se, o presidente fez vídeos em que consumia comprimidos do remédio e reforçava a ideia do tratamento dizendo "Estou me sentindo muito bem." Um detalhe, ou a sua falta, chamou a atenção dos mais atentos na platéia: em momento algum apareceu o médico particular do presidente - ele tem,né?- para dizer que receitara o dito remédio ao presidente. Será que algum médico poria em risco seu registro no CRM - Conselho Regional de Medicina - por um capricho do presidente?
Depois de insistir no teatro da Cloroquina, Bolsonaro abandonou o tratamento e veio a público não indicar a medicação. É bem verdade que enquanto esteve fazendo uso do medicamento, o presidente fazia, pelo menos, dois eletrocardiogramas diários. O que, convenhamos, é possível na realidade de qualquer brasileiro da periferia à burguesia industrial. (notaram a ironia?).
O que aconteceu foi que o Ministério da Saúde entrou em cena e sugeriu ao Instituto FioCruz que indicasse aos médicos a sugestão da prescrição dos referidos medicamentos. Vocês tem ideia do que isso pode significar para uma instituição com o prestígio da FioCruz? Imaginem o que pode significar para a instituição este tipo de solicitação vinda do Ministério da Saúde? Aguardemos os próximos movimentos do governo Bolsonaro nesta área.
Outra pergunta que fica é até que ponto pode ir a interferência do governo Bolsonaro na instituição. Isto é o anticientificismo bolsonarista disfarçado de ciência.
A semana não poderia terminar sem mais uma demonstração de como age e pensa a classe média. Depois do "Cidadão não, engenheiro formado..." foi a vez do desembargador "Decreto não é lei", "Não uso máscara." A arrogância daquela criatura é típico de alguém que se coloca acima do bem e do mal. A impressão que fica é que estamos mal, muito mal. Do jeito que a coisa vai, não sei sabe que tipo de humanidade sairá desta pandemia..
Até semana que vem.
Saudações,
Ulisses B. dos Santos.
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