Em nome da governabilidade e tentando abafar a estampada crise institucional, STF volta atrás e decide não afastar Renan Calheiros
Presidente do Senado, Renan Calheiros, responsável pela tramitação dos projetos do Governo no Congresso; Foto: VEJA |
Diferente da votação do pacote de medidas “anticorrupção”, a
votação do STF foi à luz do dia e o resultado logo ganhou as manchetes da TV e
dos jornais. Dos nove ministros, 6 acompanharam Celso de Mello, responsável por
apresentar a ideia de deixar Renan no cargo, porém o tirando da linha
sucessória, entre eles a ministra Carmen Lúcia, presidente do STF.
O período de quase 48 horas em que Renan ficou afastado da
presidência do Senado foi recheado de curiosidades. A primeira é que o seu
vice-presidente, aquele que assumiria caso o afastamento fosse confirmado,
seria o senador Jorge Viana (PT-AC). Oposicionista de Temer, o acreano também é
irmão de Tião Viana, atual governador do Acre e que em 2007 assumiu o cargo de
presidente do Senado, quando o senador Renan Calheiros decidiu renunciar o
cargo. A outra curiosidade é que, confirmado o afastamento, o Congresso Nacional
seria presidido pelo deputado Waldir Maranhão (PP-MA), por ele ser o 1° vice-presidente
do Congresso Nacional. Conhecido pelo seu belo bigode, o maranhense ganhou
notoriedade após assumir o lugar do presidente da Câmara, o deputado Eduardo
Cunha no inicio desse ano.
Por fim, mesmo sendo réu por desvios de dinheiro, enfrentando mais de noves processos pela Lava Jato e sendo citado por mais de 100 vezes nessas delações premiadas, o Senado Federal continuará sendo presidido por Renan Calheiros, a figura mais asquerosa da atual política.
É claro Cláudio, que tal decisão, verdadeira zebra, dá margem a interpretações escusas e nos abate na questão da esperança de uma ação do judiciário independente de questões políticas. Mas vale manter a esperança, o julgamento não foi do mérito da ação e sim da liminar, vamos aguardar o julgamento final de Renan.
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