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Chegamos ao fim. Amanhã é o dia. A cada quatro anos, temos a oportunidade de CONHECER, DISCUTIR e principalmente promover nosso lado político, não que deixamos de viver a politica nos outros dias, mas com a chegada das eleições nos vemos ali, interagindo, fazendo parte dos questionamentos que definirão os próximos quatro anos. Decidimos por meio do voto na urna, literalmente, o caminho, os rumos que nosso município seguirá. Em São Paulo não é diferente. Só os paulistanos sabem a dificuldade que é morar na maior cidade da América Latina. Por muito tempo, eu vi e ouvi pessoas estereotipar os moradores de São Paulo, os considerando mesquinhos, arrogantes e até mesmo prepotentes, apenas porque fazem parte do “eixo”.  Gostaria apenas de ressaltar que viver nessa megalópole é TÃO DIFÍCIL como em qualquer outro lugar. São Paulo exige cuidados, atenção e um esforço supranatural daqueles que aqui pretendem SOBREVIVER.
  

Por fim apresento o candidato à reeleição, Fernando Haddad do PT



Candidato à reeleição pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad (53) é professor de ciência Política da USP, onde também se formou em direito no ano de 1985. Mestrado em economia e doutor em filosofia, Haddad é paulistano e pai de dois filhos. 

Foto: FOLHA

Iniciou sua atividade política em meio à sua graduação, quando no segundo ano da faculdade de direito decidiu filiar-se ao PT e lutar, já como partidário, pela redemocratização do Brasil. Desde então, foram inúmeros cargos assumidos pelo atual prefeito de São Paulo, o primeiro foi na própria prefeitura em 2001, quando integrou a secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico da cidade pelo governo de Marta (hoje, concorrente de Haddad ao cargo de prefeito da cidade) na tentativa de reequilibrar as contas do município, depois da desastrosa gestão de Celso Pitta. Foi responsável pela implantação de estratégias para o pagamento da divida municipal com a União. Depois de dois anos, Haddad deixou a prefeitura para ir incorporar o primeiro escalão do governo Lula, onde fez parte da equipe do então ministro do planejamento, Guido Mantega (o mesmo que chegou a ser preso, por desvios de dinheiro público, há alguns dias atrás). Em 2005 assumiu o ministério da educação, onde ficou até 2012, sendo ministro tanto no governo do ex-presidente Lula como o da ex-presidente Dilma Rousseff (ambos afundaram o PT e acabaram com as chances de Haddad se reeleger). Foi enquanto comandava a pasta, que houve a maior expansão do ensino superior da história do Brasil. Se hoje, muitos jovens de baixa renda estão nas universidades, isso se deve muito ao trabalho de Haddad, enquanto ministro da educação. Responsável pelo o aumento das atribuições do ministério, impondo que a pasta deveria agir desde a creche até as universidades, Haddad reformulou o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), além de ter sido o idealizador do Programa Universidade para Todos, o ProUni, que determina as universidades a dedicar bolsas de 50% a 100%, para estudantes ingressantes por meio do ENEM.
 
Foto: ISSO É NOTICIA

Em 2012 concorreu ao seu primeiro pleito a um cargo eletivo, e ganhou, tornando-se o 43° prefeito da maior cidade da América Latina. Mesmo sob desconfiança e um imenso desconhecimento por parte da população, já que foge das tradicionais figuras politicas da legenda, Haddad ganhou em segundo turno, ao vencer José Serra, e é o atual gestor da cidade. Esse ano, ele tenta a sua reeleição frente a um tufão, tsunami e terremoto de alta magnitude que sofre o seu partido, o PT. As operações da Policia Federal a cada dia, desmonta uma a uma, cada pecinha desse monstruoso esquema de corrupção, comandando por muitos partidos políticos, entre eles o partido do candidato.
 
Foto: VEJA

Ao assumir a prefeitura há quatro anos, Fernando se motivou em mostrar aos paulistanos que a cidade é de todos, e que ele seria o maestro dessa mudança de hábitos, olhares e percepção sobre São Paulo. Haddad durante a campanha daquele ano fez promessas que, sim são possíveis de se cumprir, mas não em quatro anos, talvez tenha feito planejamento para dois mandatos. Com o seu programa de governo, o tão famoso “Arco do Futuro”, ele prometeu uma São Paulo diferente, mais desenvolvida. Pena que ele não contava com essa crise econômica, que o prejudicou muito a frente do edifício Matarazzo, já que o Governo Federal ficou impossibilitado de repassar verbas referentes ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), isso além da diminuição da arrecadação da cidade, muito comum em meio a crises. 


Haddad está marcado por ter agido de forma intensa na questão da mobilidade urbana. Tivemos um aumento (nunca antes visto na história) no numero de ciclovias e ciclofaixas que, mesmo sem muito planejamento, mudaram a forma que os cidadãos paulistanos viam a cidade, além de dar a oportunidade de mais um modal de transporte para a cidade. Ainda falando de mobilidade, Haddad aumentou, razoavelmente, o numero de corredores de ônibus na cidade, além da implantação do “Passe Livre” para estudantes e idosos que utilizam o transporte publico em São Paulo. Continuando nas ruas, Fernando reduziu a velocidade nas marginais, avenidas e ruas da cidade, que de acordo com levantamento da ONU, é o meio mais eficaz para a diminuição nos números de atropelamentos e acidentes de modo geral, envolvendo veículos.


Assim como todos os outros prefeitos da capital, Haddad teve acertos e erros. Ouso dizer que a omissão, ou melhor, o foco de Haddad apenas na questão da mobilidade, fez com que ele esquecesse as outras questões, e quando lembrou já era tarde. É certo que Haddad mudou a cidade, o paulistano, mesmo que sofrendo com muitos problemas que ele poderia ter resolvido, vive uma São Paulo mais humana, com suas avenidas e ruas sendo utilizadas como espaços de lazer para as pessoas, caso da Avenida Paulista aos domingos e feriados. Continuando na minha ousadia, Haddad só não será reeleito pelo desgaste que seu partido tem sofrido no cenário politico nacional, ao ser rapidamente ligado, pelo eleitor, aos crimes de corrupção descobertos nesses últimos meses, anos.
 
Foto: VEJA

Haddad foi um bom prefeito, talvez merecesse um pouco mais de sorte. De acordo com as ultimas pesquisas de intenção de voto, o atual prefeito está na briga pela segunda vaga para o 2º turno, já que, conforme apontou a mesma pesquisa, João Dória do PSDB estaria em primeiro entre as escolhas dos eleitores. É bom que se diga que Haddad corre o risco de ser o primeiro candidato do PT a não passar para o 2º turno desde a redemocratização.
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Claudio Porto

Jornalista independente.

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1 comments so far,Add yours

  1. Primeiramente Claudio, quero agradecer pela sua confiança no nosso espaço, dizer que é uma honra te ter nesse projeto e convivermos na faculdade. E parabenizar pelo grande trabalho que fez. Apesar da vocação de repórter, trouxe uma opinião concisa sobre cada candidato, de uma forma firme e corajosa, que é o que buscamos aqui.

    Em relação a Haddad, concordo. Foi uma gestão com um grande olhar para a mobilidade e também para as periferias, sou do extremo leste de SP e vi a iluminação de LED, a adaptação de calçadas, dentre outras melhorias chegarem primeiro aqui. Por isso talvez se tenha a impressão de que Haddad pouco fez, por que não fez pras classes médias verem.

    As gratuidades no transporte foram muito importante, bem como as faixas de ônibus e o investimento em veículos articulados. Esse é um legado fantástico pra cidade. As ciclovias tiveram importantes problemas de planejamento, é verdade, mas se corrigidos, podem representar um legado como houve em Bogotá.

    Hoje temos muito mais equipamentos públicos de atendimento social, as mulheres, aos dependentes químicos e até de prevenção de DSTs. Além claro das Fábricas de Cultura (que poderiam fazer parte da estrutura dos CEUs) e as FabLabs, além, claro, dessa retomada de investimentos nos CEUs da metade pra frente da gestão, com a inserção do UNICEU e a reabertura dos CEUs pra comunidade (o que não ocorreu na gestão Kassab).

    O meu conceito sobre a gestão Haddad é "Aprovada com ressalvas". Penso que Haddad se projetou pra 8 anos e deixou (caso perca a eleição) muita coisa inacabada que pode ser interrompida por outra gestão (como vimos no passado). Mas creio que realmente não fosse o momento político que o PT vive, Haddad estaria com mais chances ainda, não creio fielmente em pesquisas, mas elas trazem um cenário que busca se aproximar da realidade.

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