Acompanhamento
semanal do mandato de João Dória à frente da Prefeitura de São Paulo. O Gestor,
como ele bem frisa, tem muito trabalho no comando da maior cidade da América do
Sul, e estamos atentos a suas ações. Portanto, todo sábado, trazemos aqui um compilado
da semana de Dória, ou "Semana do Gestor".
"A decisão que não decidiu nada" sobre a condenação de Lula em segunda instância (clique!)
59ª Semana de inconveniente na passarela à “intensivão”
para deixar a Prefeitura
Já não bastava ter
invadido as salas de cinema na parceria com a rede “Cinemark”, comentado por esta Coluna na 58ª Semana, Dória, em sua
participação nitidamente protocolar no desfile das escolas de samba no
Sambódromo do Anhembi, no final de semana que abriu esta semana, não hesitou em
passar a mensagem de que “acelera” também no campo da inconveniência. O
prefeito, que assistia o segundo dia de desfiles no Sambódromo no camarote da
Prefeitura, foi convidado para visitar outro camarote, o da rede “Bar Brahma” ,quando deu de cara com
Zeca Pagodinho e pediu, insistentemente, por uma foto ao lado do cantor. De
acordo com jornalistas do portal G1 e
jornal Folha de S. Paulo, Zeca
recusou o pedido com gestos e esquivando-se do prefeito oportunista. Dória, tal
qual criança mimada, conseguiu com que o empresário Álvaro Aos, dono do
camarote, conversasse com o cantor pedindo para ele aceitar tirar a fotografia.
Após a intervenção do empresário – Dória faz lobby até para tirar foto -, o
cantor topou com a condicionante de que o ex-jogador de futebol Amaral também posasse
com eles.
Enfim, após todo o
constrangimento da situação, que virou “meme” nas redes sociais, o prefeito
saiu com a tão desejada foto. Pensando numa autopromoção fácil, Dória certamente
não imaginou que Zeca Pagodinho imortalizaria a autopromoção, das muitas,
mais simbólica feita pelo prefeito: a mesma “forçação de barra” que Dória impõe
aos paulistanos à frente da Prefeitura ganha forma no momento em que o prefeito
coage o cantor e compositor Zeca Pagodinho (imagem abaixo). Dória sabe o que é “caviar” e Zeca sabe disso.
Foto: Tatiana Santos / Portal G1 |
Na sua conta no Twitter, o prefeito disse que “continuará sendo educado e cumprimentando
todas as pessoas, onde eu [prefeito João Dória] estiver. Continuarei a ser educado, mesmo com incompreensão de
alguns.” De acordo com o blogueiro Bruno Astuto, portal da revista Época, o cantor Zeca Pagodinho comentou
que “prefere não tocar no assunto [a
polêmica selfie no camarote do Bar Brahma].
Sou músico [Zeca Pagodinho], sou
artista. Não gosto de me meter com política.” Isso, já na Marquês de
Sapucaí, na segunda noite de desfile das escolas de samba do carnaval carioca.
E de lá, da Marquês
de Sapucaí, vem outro acontecimento envolvendo o prefeito nesta semana. Dória
foi convidado pelo prefeito carioca Marcelo Crivella (PRB-RJ) para acompanhar o
desfile das escolas de samba na segunda (12). Marcelo Crivella (PRB-RJ) deu
“bolo”, viajou para a Europa e deixou a Avenida toda para Dória, que já não
gosta muito de ser a estrela. Paparicado por foliões – coloco na conta da embriaguez
coisas do tipo: tirar selfie com o prefeito -, Dória acompanhou as escolas de
samba, comentou sobre sua pré-candidatura ao Governo do Estado e ouviu pessoas
gritarem “Lula Presidente”.
Enquanto o prefeito
curtia o carnaval no Rio, na segunda (12), e Salvador, na terça (13), os
foliões tomavam às ruas da nossa cidade no carnaval que, mais um ano,
mostrou-se grande com sucesso de público e bem organizado pela Prefeitura. Após
o pré-carnaval desastroso, com mortes, uma por displicência da administração
Dória, os cinco dias de festa foram bem
aproveitados pelos foliões, que, neste ano, ganharam 5 km da Av. 23 de Maio
para o desfile dos blocos. Dória divulgou vídeo comentando o uso da avenida
como circuito para blocos de carnaval, e disparando que a “ousadia [em liberar a via para blocos de carnaval] deu certo”. E realmente deu certo. A Av.
23 de Maio foi tomada por foliões durante todos os dias de carnaval, numa
amostra de que a ideia de “ocupar a cidade”, encampada pelo ex-prefeito petista
Fernando Haddad, não era loucura como alguns histéricos travestidos de
jornalistas “martelavam” em editoriais e, principalmente, diariamente em programas
de rádio. Ambas as políticas, tanto a de “ocupar a cidade” com avenidas
fechadas para veículos em finais de semana e feriados, como a de tornar a 23 de
Maio em mais um circuito para o carnaval de rua devem ser enaltecidas. A
primeira, do petista, parece que vem se firmando à passos largos. Já a segunda,
do tucano Dória, igualmente boa, tem de se acompanhada de perto e com atenção
para evitar que utilizem do excelente público como massa de manobra para a
comercialização, no futuro, de camarotes e áreas vips no mais novo circuito.
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A Prefeitura
informou que nove milhões de foliões participaram do carnaval nas mais diversas
regiões da cidade. Sobre a Lei do Xixi, que multa quem for pego urinando em via
pública, foram 488 foliões autuados com a multa de 500,00 reais.
Imagem: QUADRINSTA (@Quadrinsta no Instagram e no Twitter) |
Ainda sob o clima
de carnaval, Dória esteve em Salvador, na Bahia, pulando na “pipoca” do trio
elétrico da cantora Cláudia Leitte, na terça (13). Trajando regata e com
aparência suada, o prefeito gravou vídeo com a cantora (disponibilizo abaixo)
confirmando a presença de Cláudia, com seu bloco, no sábado (17), na Av. 23 de Maio.
Dória estava por lá a contive do prefeito soteropolitano ACM Neto (DEM-BA). De
lá, viu parte da imprensa divulgar que num “passado”, não tão distante, ele não
era lá tão rude com o “populismo” que hoje diz ser contra e condena como sendo
mal.
Saiu na imprensa
que o jatinho, usado por Dória em suas viagens, foi adquirido sob juros
subsidiados, ou seja, pago em parte com dinheiro público, junto a financiamento
no BNDES, ainda no governo do ex-presidente Lula. Segundo apurou o blog “Tijolaço”, o prefeito teria pego,
através de seu conglomerado de empresas, o valor de 44 milhões de reais emprestados
junto ao banco estatal, com taxa de 4,5% ao ano, para financiar o pagamento de
um avião particular. A notícia fez parte de uma apuração ampla. Antes do prefeito,
o “Tijolaço” encontrou, entre os muitos milionários que
alegavam estar investindo em tecnologia para acessar o programa de juros
subsidiados do BNDES, durante governos petistas, o apresentador, e apontado
como pré-candidato à Presidência da República até esta semana, Luciano Huck, que também usou 17
milhões da linha de crédito para adquirir um jatinho. Ambos, Doria e Huck,
apresentadores de tevê e mestres na arte de seduzir às massas, dizem-se o
“novo”, contrários ao “populismo” e defensores de um Estado menor. Huck, além de
animador de auditório e garoto-propaganda do Itaú, é assessorado por uma equipe de analistas, que garante a ele
os votos da camada mais pobre da sociedade, caso seja candidato (e não o será
por força de contrato com a TV Globo)
sem o ex-presidente Lula no páreo. Dória tornou-se prefeito à base de bons
jingles e custosos programas de campanha na tevê sob o bordão de “João
Trabalhador”. E populista? Ah, populistas são os outros.
O combatente
ferrenho – apenas em palavras - do populismo, prefeito Dória, chegou, nos primeiros
meses de administração – acompanhado de perto por esta coluna -, surfou no
“antipetismo” para se viabilizar como candidato ao Planalto agora em outubro. Não
deu muito certo e, tudo indica, terá de brigar pelo Palácio dos Bandeirantes.
Nesta semana, ele
voltou a dizer que o PSDB terá, sim, candidato para o Governo do Estado e defendeu,
novamente, as prévias no partido, de preferência, o mais rápido possível. Para o prefeito, as prévias, que vão decidir tanto
o candidato tucano à Presidência da República como o candidato ao Governo do
Estado, devem se dar ao mesmo tempo, já nas primeiras semanas de março. Caso Dória
queira lançar-se candidato, por ser prefeito, terá de renunciar o cargo e tem
até dia sete de abril para fazê-lo. E - suas movimentações dão conta disso –
não deseja postergar a definição do candidato para após sete de abril, já que
teria de abrir mão da Prefeitura para aventurar-se sem, ao menos, saber se será
ou não o escolhido do partido na corrida pela sucessão de Alckmin.
A corrida tucana já conta com três
postulantes: Floriano Pesaro, Felipe D'Avila e José Aníbal. O último, tenta
inviabilizar as prévias para antes de abril com a expectativa de constranger
Dória que, neste caso, teria de deixar à Prefeitura sem certeza alguma. O
primeiro, Floriano Pesaro, já tem sido assediado por aliados de Dória para
trocar a corrida pelo Estado por uma vaga no Senado, com a promessa de apoio do
“gestor”. Porém, a edição de sexta (16) do jornal Folha de S. Paulo trouxe que Pesaro estaria com
Aníbal e D'Avila para articular a realização das prévias para após sete de
abril, data limite para a desincompatibilização de candidatos que estejam
ocupando cargos públicos. Desta feita, Dória teria de deixar a Prefeitura antes
mesmo de se saber o cenário.
Os três pré-candidatos tucanos
buscam criar um mal-estar para Dória, que certamente vai dar o que falar. Isso,
se antes não houver interferência do próprio prefeito, como fez nas prévias
pela Prefeitura, quando atraiu o então pré-candidato Bruno Covas para ser vice
na sua chapa.
O prefeito aproveitou a semana
para anunciar novidades no programa “Redenção”, que atende moradores em
situação de rua que são também usuários de drogas, com nova etapa para regiões fora
do Centro. Na semana, Dória ainda deu os primeiros passos para a Parceria
Público-Privada da concessão dos semáforos, demanda antiga de motoristas
paulistanos.
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Sobre a questão das selfies com Dória, é um embebedamento ideológico, muito cego acha a a administração desse "gestor de quarteirão" boa.
ResponderExcluirAcredito que tenha sido generoso com o "quarteirão". Estamos apurando e parece que,nem mesmo,os vizinhos, ali dos arredores do Jardim Europa, o suporta!
ExcluirValeu pelo comentário!