Acompanhamento
semanal do mandato de João Dória à frente da Prefeitura de São Paulo. O Gestor,
como ele bem frisa, tem muito trabalho no comando da maior cidade da América do
Sul, e estamos atentos a suas ações. Portanto, todo sábado, trazemos aqui um compilado
da semana de Dória, ou "Semana do Gestor".
57ª Semana de “água
no chopp” à cortes no combate a mosquitos
Se na semana passada, Dória comemorou a condenação em
segunda instância do ex-presidente Lula, nesta, ele assistiu seu sonho de
deixar a Prefeitura caminhar, a passos largos, para mais uma frustração. A
entrevista do governador Geraldo Alckmin ao Estadão,
ainda no sábado (27), dando a entender que apoiará a reeleição do
vice-governador Márcio França, que é do PSB, em troca de um palanque eleitoral
forte no Estado e pensando em uma possível aliança nacional, em torno do nome
do governador como candidato à Presidência, com os “Socialistas do Brasil”.
Isso minaria um candidato do PSDB ao Governo do Estado, onde os rumores e
aliados garantiam ser Dória o mais cotado. Dória, certamente dará um de seus,
já tradicionais, chiliques, mas, tudo indica, está condenado a permanecer
prefeito até 2020. E mais, sem poder lançar seu nome como candidato à
reeleição, já que, em campanha, prometeu abdicar-se da reeleição.
Sob a “onda” de prefeito, Dória passou o sábado (27) na
região da Casa Verde, na Zona Norte. Pelo programa Cidade Linda, o prefeito e alguns secretários realizaram a limpeza
de praças, plantaram árvores – diferente de outrora, sem ter desferido xingamentos
ao ex-presidente Lula - , e entregaram a nova pavimentação da Av. Engenheiro
Caetano Álvares, importante via da região que passou por reparos e recebeu nova
massa asfáltica, isso, segundo o prefeito, “após
mais de vinte anos”. Como informado por esta Coluna na 55° Semana, o
orçamento para o programa Asfalto Novo
está cotado em 600 milhões de reais. O programa, que recapeou a Caetano Álvares,
na Zona Norte, e teve início na Marechal Tito, na Zona Leste, tem sofrido
críticas por estar apagando ciclovias e, apesar do prefeito falar que a
qualidade do asfalto é garantida por contrato, há reclamações de surgimento de
alguns buracos na Marechal Tito pouco tempo depois da abertura da via pela
Prefeitura. Os problemas com buracos e erosões nas vias é uma demanda antiga
dos paulistanos, e a Prefeitura tem intensificado esforços nesta área pensando,
num primeiro momento, em estancar as críticas e, até o “banho de água fria” de
Alckmin em Dória, com a permissão do trocadilho, “asfaltar” o caminho do
prefeito ao Palácio dos Bandeirantes.
E por falar em asfalto e vias, Dória teve uma semana em que nem
mesmo a Folha o poupou. E mais, o
momento do prefeito tem sido tão atípico – talvez a máscara tenha caído - que
jornal “deu o braço a torcer” à uma política do ex-prefeito petista Fernando
Haddad. Em editorial, no domingo (28), a Folha
de S. Paulo comentou o aumento, segundo a CET em 23%, no número de vítimas
fatais em acidentes nas Marginais Tietê e Pinheiros. Na contramão do observado em 2015 e 2016, o
número saltou de 26 mortes em 2016, segundo ano da política de Haddad em
reduzir às velocidades das vias, acompanhando um movimento internacional que observa
na diminuição da velocidade meio de reduzir acidentes, para 32 vítimas fatais em
2017, quando o prefeito Dória retomou as velocidades de 90 km/h na expressa, 70
km/h na central e 60 km/h na local, das duas Marginais, em cumprimento a uma
promessa de campanha – sem o devido conhecimento dos benefícios da medida, a
maioria dos candidatos, incluindo Dória, fazia chacota com a medida durante as
eleições de 2016.
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O jornal ainda
destaca para a resistência de Dória em reconhecer a relação entre as mudanças,
de sua gestão, nas velocidades e o aumento de casos com vítimas fatais, quando
na cidade os casos envolvendo mortes em acidentes registrou queda de 7% no mesmo
período – a comparação entre os anos de 2016 e 2017. O editorial encerra
dizendo “infelizmente, conhecendo-se o
grau de envolvimento do prefeito com a tese de que o aumento da velocidade
permitida nas vias é questão secundária, parece pouco provável, a esta altura,
um recuo em nome da prudência.” Quantos inocentes ainda morrerão, em ambas
as vias, sob o discurso do “Acelera SP” de Dória e sua equipe de mobilidade? A
acompanhar.
O “banho de água fria” ou “água no chopp” nas pretensões de
Dória em partir em direção ao Palácio dos Bandeirantes tomou conta de parte da
semana. Após as declarações de Alckmin, muito se falou do apoio tucano a
candidatura à reeleição do vice-governador Márcio França (PSB-SP). Mas, para
evitar mal-estar ainda maior no ninho, o governador Alckmin, que também é
presidente do partido, saiu desconversando seu comentário sobre o apoio ao PSB.
Ele disse que defende uma aliança, com um candidato único, mas que o PSDB teria
de ser o líder de uma possível chapa formada por seus aliados. O prefeito
comemorou e, com sorriso estalado, defendeu prévias no partido, incluindo-o no
meio do “bololo”, que conta ainda com o secretário estadual de Desenvolvimento Social,
Floriano Pesaro, o suplente de José Serra (PSDB-SP) no Senado, o senador José
Aníbal (PSDB-SP), e o cientista político, Felipe D'Avila.
Reanimado com a possibilidade de sair em abril e entregar,
de vez, a Prefeitura à Bruno Covas, seu vice e condenado pelo Ministério
Público – ao lado de outros dois secretários – por suposto favorecimento na
licitação que escolheu a DreamFactory como
empresa patrocinadora do carnaval de rua deste ano, o prefeito João Dória
passou a noite de terça (30) no evento de entrega do prêmio “Cidade de São
Paulo” 2018. Entre os vencedores, a atriz Regina Duarte, aquela que auxiliou o prefeito na varrição na região da Paulista, ainda na 1° Semana.
Para aqueles que acreditavam realmente no fim do
relacionamento entre o prefeito e o grupo MBL
– incluindo o cronista -, Dória tratou de enviar sinais, tal qual homem
apaixonado quando reconhece que errou e busca o perdão da mulher amada. Pela
quinta vez, de acordo com a coluna “Painel” de quarta-feira (31) da Folha de S. Paulo, Dória alterou alguns
pontos da Resolução 16, que determina novas regras a motoristas por aplicativo,
e tinha sido o “pivô” da separação entre os dito “liberais”. Com a alteração,
fica permitido a circulação de veículos com até oito anos de fabricação, quando
à princípio a ideia era impedir o uso de veículos com idade superior à sete
anos e meio para a prestação de serviços de transporte. Agora é acompanhar o
movimento da outra parte deste “casal”. Como a turma do MBL responderá os abrandamentos de Dória, que não se enxerga sem a
garotada, principalmente em ano eleitoral, onde suas pretensões em busca de um
“Palácio” estão a todo vapor – Dória cansou do “Edifício”.
Dória pode ter se cansado do “Matarazzo”, mas enquanto
estiver por lá terá de dar respostas como prefeito, inclusive à ação do
Ministério Público. Promotores denunciaram Dória por improbidade administrativa
com relação ao uso exagerado e como instrumento de autopromoção, em redes
sociais e em todas as partes da capital, do programa Cidade Linda e sua logomarca, de acordo com o MP, ausente de
aspectos educativos e informativos. Agora, o prefeito se junta a seu vice e
dois de seus secretários como denunciados pelo MP por supostas irregularidades
na administração da cidade. É “gestão” de denúncias no MP.
O prefeito encerrou a semana tendo de explicar por que sua
gestão, assim como a do seu padrinho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP),
reduziram investimentos no combate a mosquitos. Segundo a edição de sexta (02)
do jornal Folha de S. Paulo, a “despesa
com vigilância ficou 120 milhões de reais abaixo do previsto para 2017”,
estipulado em 334 milhões de reais para o ano. A aplicação de valor inferior ao
estimado no orçamento, prejudica serviços que vão da aspersão de inseticida à controle
de focos de proliferação de mosquitos como o Aedes aegypti, transmissor de
vírus como Dengue, Chikungunya e Zika. A reportagem ressalta que o repasse
abaixo do previsto coincidiu com o surto de Febre Amarela pelo qual tem passado
tanto a Capital como algumas outras cidades do Estado. É afiliado e padrinho
juntos “acelerando”.
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