De mais um pouco de
perdão de dívidas, passando por trabalho escravo, Temer, para permanecer com a
faixa presidencial, alterou Maria da Penha e samba na “cara das inimigas”
que pensam apenas em “passar o Brasil a limpo” e sonham com o “salvador”, um
tal “mito”
As prioridades são outras, minha gente!
Marcados para a última sexta-feira (27), dois leilões entregaram – venderam – áreas do Pré-sal para, pela primeira vez, empresas
petrolíferas estrangeiras desde que a Petrobras perdeu o grau de exclusividade
na mesa de negociação. Esta que foi a segunda rodada de um torneio que promete
perdurar, já que é próprio do liberalismo, por muito tempo. A primeira, ou 14ª
rodada de licitações, rendeu ao (des)governo cifras bilionárias de R$ 14
bilhões quando, em setembro, não hesitou em passar para o comando estrangeiro -
e fragilizar a soberania nacional - campos de exploração de petróleo na
conhecida “Amazônia Azul”.
Dois dias antes, na quarta-feira (25), ele barrou
mais uma denúncia protocolada pela PGR onde o acusam de obstrução à Justiça,
naqueles áudios com o empresário preso, Joesley Batista, e formação de organização criminoso
(quadrilha), por ter comandado o Quadrilhão do PMDB que desde 2006 lesou,
na casa dos milhões - R$ 587 milhões, para ser exato - empresas estatais e monetizou o lobby no Congresso
Nacional e seus muitos projetos comprados. A votação do parecer favorável ao
arquivamento da denúncia, mesmo com
transmissão da “Platinada”, não alterou o resultado óbvio: mais um arquivamento. Com o placar de 251 votos a 233, os deputados, que ensaiaram com a TV Globo emplacar
mais um nome do comandante-geral, o tal “mercado”, com possibilidade da sucessão pelo
presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), não tiveram medo ou receio da opinião pública em dizer, pelos microfones da Casa, que impediriam investigações contra o presidente chefe de organização criminosa, segundo a PGR.
O rito das denúncias, inéditas em nossa República, é o que
realmente preocupa. Parece que o modus-operandi da politicagem brasileira, de
trocas de favores e exagerado espírito de porco, personificou – se houvesse
pessoa - no rito de tramitação das duas denúncias. Ele incorporou nas
negociatas desesperadas de Temer para salvar-se e não permite, de maneira
alguma, nossa inércia.
Se na primeira denúncia ele anistiou dívidas, milionárias,
de alguns empresários ditos ruralistas, aqueles que nunca colocaram a mão na
enxada, e reduziu a contribuição para o FUNRURAL (clique!) , fundo responsável pelas
seguridade de trabalhadores rurais, em troca de pouco mais de 220 votos da
conhecida bancada ruralista – fazendeiros parceiros de Blairo Maggi, ministro
da Agricultura, aquele que faz de suas terras aeroporto para aviões carregados
de cocaína -, dessa vez foi ainda mais longe e fragilizou a fiscalização do
trabalho escravo no único país americano condenado por exploração de força de trabalho pela Corte Interamericana (clique!); iniciou a segunda etapa de anistias
convertendo R$ 4 bilhões em multas em serviços como reflorestamento de áreas
degradadas, espécie de “trabalho comunitário”, para os também ruralistas; e
agora promete sancionar o PL 07/2016 que aplica alterações na Lei 11.340/2006,
a Lei “Maria da Penha”, dando mais poder
aos delegados que, caso sancionada, determinarão em quais casos cabe medidas
protetivas e o tempo para a sua aplicação.
Trabalho. Quando
Temer e seu ministro do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, deputado eleito
pelo Rio Grande do Sul, através de uma portaria, ou seja, unilateralmente,
seguindo a tônica da ausência de debate que a nossa dita República vem
carregando, resolveram fragilizar aquilo que eles consideram dispensáveis como
a instauração de protocolos em todos os casos de exploração de força de
trabalho, independente de se haver ou não o impedimento do direito de ir e vir
do ali escravo - impossível classifica-los como “empregados” - e estabelecer barreiras para o acesso a lista negra de empregadores pegos por exploração, houve alvoroço,
tímido das redes sociais, e nenhum “global”, em especial aqueles que
discursaram nos palcos daquele festival de música carioca, tomou a frente na
difusão do desastre que foram as alterações da portaria.
Curiosamente, houve mais apelo cômico acerca da portaria,
por se tratar de um (des)governo cada vez mais retrógrado, com o
compartilhamento de materiais que, de certa maneira, zombavam a ideia desconexa
e saudosista – para não dizer sórdido e macabro – do nosferatu Temer, do que
intenso ativismo contra as medidas deste (des)governo que já tinha precarizado
todas as relações de trabalho pela reforma trabalhista – vendida pela mídia
como “modernização” e válida a partir do próximo mês.
A ministra do STF, Rosa Weber, interveio e suspendeu os
efeitos da portaria na véspera da votação desta quarta-feira (25). Como o
ministro Ronaldo Nogueira está licenciado por conta da votação da segunda
denúncia na Câmara – ele é deputado e foi convocado a votar favorável ao
presidente, a portaria deve ficar na suspensão da ministra Weber até o seu
retorno, tudo indica, após a denúncia.
Penha. Como as
coisas não andam tão boas para o presidente Michel Temer, as alterações já
aprovadas pelo Congresso Nacional sobre a Lei Maria da Penha, pelo projeto de
lei complementar do deputado capixaba, Sergio Vidigal (PDT-ES), que transfere
as responsabilidade de autorizar, ou não, medidas protetivas para mulheres
violentadas para os delegados e não mais para os juízes.
A medida, sem explicação óbvia, promete, assim como em
relação com a portaria do trabalho escravo, fragilizar o atendimento a mulheres
vitimas de violências. Isso, num país em que 40% das mulheres já sofreram
violência, segundo o DIEESE, e que é 5º no ranking de países que mais
assassinam mulheres no mundo. Somente no ano passado, o Centro de Atendimento à Mulher, submetido ao próprio (des)governo,
atendeu 1.133.345 mulheres e 280 mil medidas protetivas foram emitidas. Mesmo
com isso tudo, o (des)governo pensa em repassar responsabilidades jurídicas a
policiais que já são sobrecarregados. E isso, para quê? Certamente, baseado em
números é que não foi.
Até o dia 24/10/2017, por volta de
21:26, segundo o Relógios da Violência,
39.179 mil mulheres tinham sofrido com violência física ou verbal durante todo o
dia.
No país em que botijão de gás está próximo de R$ 100,00 –
lembrando que gás encanado, geralmente mais econômico e melhor, não chega à periferia -, que a conta de luz elétrica
extrapola todos os tons de escarlate nas tais bandeiras e mulheres sofrem com
espancamentos ou tentativa de estrangulamento a cada 23 segundos, a discussão é
sobre Caetano, não sobre “Alegria
Alegria” ou qualquer outro primor de Veloso, mas sobre sua vida sexual, ou
a respeito dos recibos de aluguel do apartamento vizinho ao do ex-presidente
Lula. Em alguns casos, acredite, há aqueles que não discutem por acreditar na
figura de um salvador, o “mito” das redes, que virá carregado de uma "Taurus" a tira
colo solucionando todos os nossos problemas, inclusive a escalação do “Pequeno
Grande Otero” ou “Juanudes Cazares” entre os titulares do Clube Atlético Mineiro. Afinal, quem
merece ser titular?
Não é que a discussão esteja baixa. Ela só não representa as
verdadeiras aflições do País. Até parece o prefeito João Dória e sua política
de paisagismo como prioridade. Na mesma cidade pessoas vivem, dependendo do
bairro, 24 anos a mais que outras, que vivem em regiões mais periféricas da
cidade, o prefeito “mete o louco” com novos parques.
As prioridades são outras, minha gente!
Assim
como aceitamos ( e precisamos) críticas e sugestões, por isso a
importância de se comentar sua opinião, seja sobre o conteúdo ou o
artigo, da forma que for mais conveniente, pedimos que, também,
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Muito pertinentes os questionamentos. Essa coluna está se mostrando uma forte força de resistência popular. Parabéns.
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