Novamente em nome da
ordem, os milicos estão de volta
Mesmo a segurança publica não sendo uma responsabilidade do
Governo Federal, o presidente Temer, com muita dificuldade, tem escutado os
governadores, atendido pedidos e, até mesmo, enviado as Forças Armadas para
acalmar as agitações pelos presídios brasileiros.
Cinquenta anos depois de o Marechal Castelo Brancos tomar o
poder de Jango, em março de 64, com o custo de R$ 10 milhões, os militares
novamente são convocados a “recuperar a ordem” e dar um fim ao “drama infernal”
vivido por nosso presidente desde o inicio do ano. De acordo com o ministério
da Defesa, serão 100 mil homens das forças armadas destinados a buscar armas,
drogas e celulares nas celas. Entre as semelhanças e diferenças dos períodos
estão a falsa sensação de combatividade, já que é sabido que, assim como em 64,
os militares só irão tirar seus trajes camuflados da naftalina e se colocarão, na
definição do professor de direito penal da USP, Walter Maierovitch, como “guarda costas de carcereiro” . E,
infelizmente, dessa vez, diferente de 64, há facções do outro lado. Segundo um
levantamento da Deutsche Welle (DW) Brasil, em que mapeou todas as citações de
facções em CPIs, passam de 80 o número de facções no Brasil. Ainda de acordo
com a pesquisa da TV alemã, quase todos os grupos agem em seus estados locais,
apenas o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho, originários de
São Paulo e Rio de Janeiro respectivamente, já disseminaram por todo o país.
Segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, nove
estados já solicitaram as visitas dos milicos. A ideia do Governo é enviar os
militares para, esporadicamente, fazerem uma faxina nas dependências das
penitenciárias. Há um forte temor em evitar o contato do exercito com os
detentos. Sem menosprezar o nosso desenvolvimento, eles alegam que uma possível
aproximação dos militares com os penitenciários poderia desencadear uma espécie
de subversão. Os agentes poderiam ficar fascinados com as altas e lucrativas
propostas das facções. Todos ali presos, muitas vezes sujos, cheio de
machucados e ferimentos, mesmo assim, se tiverem a oportunidade, segundo o
ministro da defesa, Raul Jungmann, podem levar os milicos para o “mau caminho”. Será que a vida no exercito é tão ruim ao
ponto deles trocarem-na pelas labutas nas facções? O que sabemos é que, aqueles
que passaram por esses destacamentos, quando se aposentam e ainda conseguem
falar, tornam-se esses PSC, batizados em águas israelitas.
Vinte dias se passaram e as mortes em rebeliões envolvendo
facções chegam ao número de 136 homens. De longe a maior matança de presos no
Brasil. Até o inicio do ano, o massacre do Carandiru, em 1992, era considerado o
mais chocante dos conflitos no sucateado sistema carcerário. Na época, policiais
militares irresponsavelmente entraram nas dependências do presidio na Zona
Norte da Capital Paulista, e “em legitima defesa”, mataram 111 presos.
Enquanto não retirarem regalias: cortar luz, agua, visitas e
enfim retomar o controle, já que as forças de segurança são mais que municiadas
para combater o crime, os problemas continuarão. E principalmente, enquanto não
houver políticas públicas eficazes e o Estado não entender que investir em
educação e bem estar para os seus, os cidadãos, é, no mínimo, o caminho para a
solução, a violência continuará forte e resistente em si mesma. Até lá, o milicos serão enviados aos Estados
que solicitarem junto ao Ministério da defesa. Até segunda ordem, eles apenas farão
o papel de “guarda costas de carcereiro”,
como bem definiu o professor de Direito Penal da USP.
É Claudio. Eu fiz essa crítica em minha rede social e há quem NÃO TENHA ENTENDIDO e tenha criticado o que eu não disse, inclusive. A grande realidade que disse lá e direi aqui, é que as Forças Armadas são responsáveis pela DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL, o que hoje no caso do Brasil, seria fundamentalmente, evitar que por via terreste e aérea, entrem no Brasil livremente tantas armas e drogas e devido ao COMANDO ESTRATÉGICO (inexistente) a SOBERANIA NACIONAL inexiste e entra tudo aqui no Brasil, a defesa, por exemplo de nosso ESPAÇO AÉREO, algo fundamental em Defesa, inexiste. A crítica é muito clara e infelizmente há quem não entenda, ou FINJA não entender.
ResponderExcluirPor isso a minha discordância fundamental desta ação, além de eles NÃO TEREM TREINAMENTO para realizar POLICIAMENTO OSTENSIVO (que é o que farão, disse bem o Professor) desfalcam uma tarefa que segue deficitária no Brasil. A situação nos presídios a curto prazo precisa sim ser controlada, da parte de segurança diretamente, a Força Nacional (Um grupamento ligado ao Ministério da Defesa, que reuniria os melhores homens de polícias de todo o país) em si teria de ser este reforço que essas localidades precisam.
Quanto ao final do texto, é isso. Essa coisa das "regalias" é um tanto complicada. A superlotação e as condições sun-humanas são evidentes, o que estes conseguem é justamente pelo que vem de fora, destas facções que os mantém, não são "regalias" promovidas pelo estado, mas acabam sendo PERMITIDAS por agentes deste, que mal remunerados, se permitem ser subornados. A longo prazo é isso, o poder público tem de se fazer mais presente do que o poder privado e organizado dos bandidos nas comunidades pobres, o que está longe de acontecer.