Próximo do fim do
primeiro mês a frente da Prefeitura, o prefeito João Dória acumula alguns
conflitos, procura não se envolver em situações espinhosas e administra
chancelado pela maioria do voto popular.
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As curiosidades cercam o prefeito que não é político e sim
um gestor. A primeira talvez seja a de que, como comunicador formado pela FAAP,
ele gosta muito das redes sociais, tem muita energia, mas, de certa forma, se
esconde quando os problemas são maiores que buracos nas calçadas ou pichações
em muros. Nos primeiros dias, o imbróglio que envolveu as tarifas de ônibus em SP, com cobrança de pedágios nas integrações, o prefeito nada pronunciou.Poucos dias depois, a reintegração de posse de um terreno que pertence a Prefeitura, no bairro de São Mateus, na Zona Leste, também não recebeu nenhum discurso do mandatário. Já na ultima
semana, as confusões relacionadas aos grafites da Av. 23 de Maio, engrossaram o desgaste da imagem do gestor que não é político.
Assim que Dória enviou equipes para apagar grafites que,
segundo a Prefeitura, não estavam em boas condições, ativistas correram as
redes e as ruas para se manifestar contra as ações do “Cidade Linda”. Entre
outras falas a respeito, o prefeito chegou a questionar o valor artístico do
pixo e do grafite. Diante disso, perguntei ao estudante o que o Direito fala a
respeito da engenhosidade do administrador, de certa forma, moldar o Estado conforme
as suas convicções e pensamentos, até mesmo em relação ao relativismo do que é
ou não arte. “O Estado é moldado pelo
sabor da cabeça do administrador, e ele é validado pela população, pelo voto
popular”. “Quando temos um gestor no Poder,
e esse gestor promete coisas, como é o caso do João Dória que prometeu a
população, e ele vem a ser eleito, sendo chancelado pela maioria dos votos, o
Estado, a convenção social Estado, ela não está sendo moldada apenas pelo
interesse do gestor, mas sim pelo interesse da coletividade que o gestor toma
para si”. “Dória representa os anseios de mais da metade da população
paulistana. Então as atitudes que Dória tem tomado, são ações que a maioria da
população aprova”.
Para a Prefeitura, nem todos os murais seriam pintados de
cinza. Somente os grafites atingidos por pichações foram retirados do horizonte
daqueles que passam pela Av. 23 de Maio. Ainda segundo a Prefeitura, oito
pontos estão disponíveis para a pratica. Pratica essa que também não é aceita
por todos. O grafite ou o pixo, assim como tudo, não é uma unanimidade. Ainda
conversando com o acadêmico do 5º semestre de Direito das FMU, discutimos essa
possível “imposição” de uma nova cultura. “Ao
fazer o grafite em patrimônios públicos, como os murais, você impõe a todos um
determinado tipo de cultura. Que, por muitos motivos, há pessoas que não
concordam, outras que não gostam. Então o que se ver é que o prefeito, nesses
últimos dias, tem implementado políticas para embelezar a cidade. Medidas
parecida com o ‘Belezura’ da ex petista Marta Suplicy, que também foi as ruas
apagar pichações e grafites”.
Por fim, uma das soluções para esse e outros tipos de
imbróglios, é o dialogo. “O grafite pode
ser feito, mas deve seguir normas especificas, se forem feitos em patrimônios
públicos. Tem que haver autorização do Poder competente, fazer um estudo de
viabilidade, um estudo técnico. Atender uma serie de regulamentações para a imposição
dessa arte”, falou o acadêmico pontuando também para a dificuldade em
responder essa questão entre fazer arte e patrimônio publico, que para ele será
necessário “muito estudo, inclusive da
parte técnica do Direito, porque aqui você encontra dois contrastes: o seu
direito a liberdade de expressão e o direito publico de uso dos bens públicos.
E as medidas tomadas pelo prefeito estão representando a coletividade. Quando
ele prometeu, ele foi eleito com isso. Os planos dele eram bem delimitados. Ele
representa a coletividade e os bens são públicos e precisam representar essa
coletividade e não apenas um seleto grupo que aprova o grafite”. Para o
estudante chegamos a uma “dicotomia” entre o direito a expressão e o uso dos
bens públicos. “Entramos numa dicotomia em
relação à liberdade de expressão e os bens públicos que devem ser usados por
todos. Não se pode permitir que, como o grafite, aquele bem represente apenas
uma parcela da coletividade”.
Em nome da coletividade, como bem chamou atenção o Lucas, tanto o novo político Dória, como todos nós devemos refletir a respeito das nossas ações, porque apenas assim chegaremos a um consenso. Dar voz e espaço, mesmo o Direito não falando nada sobre isso, para mim é uma obrigação do Estado. Enquanto o entendimento se perder na polarização política, a sociedade de modo geral perderá muito. E entre essas perdas está o tempo, que não espera, passa e é irreparável.
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As primeiras semanas do empresário e apresentador de TV,
João Dória no comando da maior cidade da América Latina não foram lá tão fáceis
assim. O prefeito eleito por mais de três milhões de paulistanos encontrou
vários problemas, que não se restringem as suas culpas apenas a gestão passada,
mas ao acumulado de péssimos mandatários dos últimos anos. Diversos problemas
que já ultrapassaram a barreira da cronicidade, como as falhas na área da
saúde, em relação aos exames, e a falta de zeladoria, fizeram o prefeito
levantar cedo da cama, trajar alguns uniformes e trabalhar de domingo a
domingo. Mas afinal, ele que discursava respeitar a classe política e não se
sentia tão bem quando era comparada a tal, promoveu ações que muito se
assemelham aos velhos administradores da maquina publica. Logo no primeiro dia,
foi ao centro da cidade uniformizado de gari e deu inicio ao seu xodozinho, o
programa “Cidade Linda”. Não imaginávamos que ele seguiria nessa linha, de se
fantasiar, por tanto tempo. Todos os sábados e domingos desse primeiro mês, em
algum lugar da cidade, lá estava o prefeito de gari, jardineiro, pedreiro ou
cadeirante. Promoções tão autenticas que até parecem ações políticas.
Em relação aos grafites e pichações, e o papel do Estado,
conversei com acadêmico de Direito das FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas),
Lucas Nascimento, que entre outras coisas, me chamou atenção para o
chancelamento das ações do prefeito pelo voto popular. Essa espécie de guerra
contra os grafites, pichações ou intervenções artísticas como alguns consideram,
levantou a discussão sobre as ações que o Estado, na figura do mandatário, pode
sujeitar aos seus munícipes/cidadãos. Perguntei ao futuro jurista o que ele
pensa e, principalmente, o que assegura a Constituição. De acordo com o
estudante, o “Estado, pela Constituição
Federal, tem a obrigação de garantir alguns direitos fundamentais como saúde,
educação, segurança Pública, cultura, lazer, proteger a família”.
Em nome da coletividade, como bem chamou atenção o Lucas, tanto o novo político Dória, como todos nós devemos refletir a respeito das nossas ações, porque apenas assim chegaremos a um consenso. Dar voz e espaço, mesmo o Direito não falando nada sobre isso, para mim é uma obrigação do Estado. Enquanto o entendimento se perder na polarização política, a sociedade de modo geral perderá muito. E entre essas perdas está o tempo, que não espera, passa e é irreparável.
Bem, o primeiro ponto, Dória não foi NADA gestor até agora, foi 101% político e dos mais fanfarrões, o próprio argumento que tu usa encaminha pra isso, citando que ele chama a imprensa toda pra FINGIR que está com a mão na massa (o que GESTOR também não faz, gestor GERE, FISCALIZA, tem DISCRIÇÃO) e quando algo realmente sério acontece o "Gestor Trabalhador" está do lado OPOSTO.
ResponderExcluirEu discordo da maioria dos pontos colocados pelo futuro profissional do Direito que cedeu aspas: 1 - Ok, a maioria referenda o "gestor" (Que não é "gestor" coisa alguma, é PREFEITO) como administrador da cidade, estado, país..Mas isso não significa que possa fazer tudo ao seu bel prazer, sem que a sociedade e seus setores afetados tenham espaço para diálogo. Dória está agindo como quer e não necessariamente a população referenda seus ATOS, a população o referendou como PREFEITO, é muito diferente.
2 - "O interesse da coletividade" só é colocado em prática quando se OUVE, quando se dá espaço para a PARTICIPAÇÃO PUPULAR em uma administração, o que definitivamente não ocorre. Novamente, o que foi referendado foi a sua PRESENÇA como PREFEITO e não os seus atos.
3 - Em nenhum momento se CONSULTOU A POPULAÇÃO se os GRAFITES (A cultura do Brasil realmente renega as gravuras, é fato) incomodam a população, essa ARTE incomoda (até que se prove o contrário) ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE o PREFEITO de São Paulo, que acha que pode fazer o que quiser, digamos que possa, mas é uma boa maneira de "gerir" a cidade, a cidade É DELE, ou ele tem uma "concessão administrativa" por 4 anos?
4 - O mural depredado pela tinta cinza tinha a viabilidade analisada por gestões anteriores da Prefeitura, ao invés de ser feito um debate, um estudo sobre isso, houve a sumária depredação disto com a tinta cinza.
Por fim, o cronista foi feliz na sua colocação e foi oposto ao que colocou o entrevistado, afinal, o PREFEITO tomou medidas IMPOSITIVAS, já o cronista, foi pelo melhor caminho, que é o do DIÁLOGO, coisa que o "Trabalhador" João parece não ser adepto.