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Cunha ocupava o cargo de deputado federal pelo Rio de Janeiro desde 2003. Esse - caso não houvesse a sua cassação no mês passado - seria o seu quarto mandato na Câmara Federal, sendo este ultimo como presidente da casa.
Foto: GALILEU |
Devido a um novo período politico que o Brasil tem vivido,
onde o poder Judiciário tem se sobressaído, com as suas investigações,
processos e afins - que estão levando muitos às celas dos presídios da PF -,
Cunha adotou, principalmente no ano passado, um posicionamento de defesa, por
ser um dos investigados e na tentativa de evitar o acorrido de quarta, a sua
prisão. Em meados de 2015, Cunha começou a sofrer com a oposição dos deputados
do PSOL e da REDE, que baseado nas descobertas de crime de corrupção passiva e lavagem
de dinheiro cometido pelo então presidente da Câmara, logo levantaram o duradouro
processo de cassação do mandato do peemedebista. É válido pontuar que o processo
de cassação foi constituído pela mais longa comissão da história da Casa do
saudoso Dr. Ulysses Guimarães. Foram 335 dias até o dia 12 de setembro, quando houve
a cassação do mandato, após a expressiva derrota de Cunha no plenário da
Câmara, com 450 votos a favor a cassação e 10 contra. Todo esse retardamento da
comissão se teve pelo conhecimento de Cunha às regras, leis, artimanhas do
regimento interno da Câmara Federal.
Foto: VEJA |
Em maio desse ano, o STF afastou o deputado da presidência
da Câmara, e em setembro ao ver que não tinha chances de mudar o roteiro e
salvar todas as suas prerrogativas e funções, ele renunciou ao cargo, perdendo
um pouco tempo depois, todos os seus direitos enquanto deputado federal.
Aproveito o ensejo para relatar minha percepção ante tudo que
estamos vivendo. O nosso país tem passado por uma importante e nunca vista
mudança. Políticos e empresários têm sido presos. Outros estão sob a vigia da
Policia Federal. O Estado, mesmo que sob imensa desconfiança por parte da
população, tem mostrado que estamos (espero que sim) trilhando um novo caminho,
o caminho das descobertas, onde os podres serão todos mostrados. Só não digo a
célebre frase: “a justiça está sendo feita”, por não ser hipócrita, pois sei
que muitos estão soltos e, acredite se quiser, ainda fazem parte daqueles que
nos governam. Não é mesmo, meu querido Michel?
Foto: BRASIL POST |
Eduardo Cunha, que chegou a ser considerado o principal nome
da política nacional no último ano, hoje se encontra em uma cela de apenas 12
metros, onde conta com um beliche de cimento, uma mesa e um vaso sanitário. Muitos esperam por uma delação premiada do
ex-deputado, acredito que isso será difícil, já que ele mesmo falou que irá
escrever um livro contando sobre tudo. Ele não tem cara de ser um spoiler.
É Claudio. Parabéns pela retrospectiva, completíssima como sempre. Concordo que estamos vivendo um tempo importante onde políticos e empresários estão finalmente sendo alvos da justiça e desejo que se dê cada vez menos margem a uma ideia de seletividade de investigações, que é o que existe hoje.
ResponderExcluirTambém vejo poucas possibilidades de Cunha abrir o bico, ou abrir de forma relevante, a menos que por vingança.