Na noite de quinta-feira (29), foi realizado pela Rede
Globo, o quarto e último debate desta corrida para Prefeitura do Rio de Janeiro.
O debate foi mediado pela apresentadora Ana Paula Araújo.
Desta vez o programa foi o mais tenso que nos debates
anteriores, muito pela conduta da Jandira Feghalli, que continuou adotando uma
campanha nacionalizada em relação ao impedimento da ex-presidente Dilma
Rousseaf e trocas de farpas entre os candidatos Marcelo Freixo e Pedro Paulo,
que estão empatados tecnicamente nas pesquisas de intenções de votos, além dos
ataques contra o candidato do PMDB indiretamente e o clima de torcida entre os
convidados que estavam na platéia.
O debate teve vários confrontos. No início teve entre
Jandira e Pedro Paulo trocando ofensas e cada um pedindo o direito de resposta.
Depois foi a vez do Pedro Paulo e Marcelo Crivella, onde o candidato do PRB
sugeriu que ele trocasse de partido, além de rebater as alianças com Garotinho
e a ligação com Bispo Macedo e a Igreja Universal falando sobre as alianças com
PMDB com empreiteiras e a ligação do partido com os casos de corrupção como a
Lava Jato. O embate mais tenso no debate foi entre Marcelo Freixo e novamente
Pedro Paulo. O candidato do PSOL lembrou das duas mortes ocorridas da ciclovia
Tim Maia, além de sempre bater na tecla ao falar do Planeta Pedro Paulo, que
rebateu sobre a agressão do assessor de Marcelo Freixo, condenado pela Lei
Maria da Penha, que também rebateu falando que exonerou seu funcionário, enquanto o
candidato do PMDB foi promovido a concorrer as eleições da prefeitura. No final
ainda teve Marcelo Freixo rebatendo a vice de Pedro Paulo Cidinha Campos, que
estava na platéia, falando que ela não gostava dele, enquanto a sua neta
gostava. Fora isso, ataques a Pedro Paulo, que a meu ver saiu derrotado no
debate, que foi ameno entre os candidatos, principalmente quando se elogiavam e
fizeram dobradinha para atacar o candidato do PMDB.
Apesar de um debate mais ideológico do que propostas em
prol da cidade algumas coisas foram citadas pelos candidatos, quanto eles não
estavam trocando carinhos.
Agora vamos falar dos candidatos que estavam presentes no
debate:
Marcelo
Crivella (PRB): Começou com o mantra em sua campanha como
cuidar das pessoas. Falou sobre o projeto dos CIEPs criados por Brizola e
citando que foi destruída pelo PMDB na época de Moreira Franco precarizando o
modelo que pertencia a gestão anterior, também falou sobre a reclamação das
pessoas com a péssima qualidade do transporte que afetava a todos os usuários.
Marcelo
Freixo (PSOL): Começou o debate criticando a saúde, como o
alto número de casos de tuberculose na cidade e prometendo melhorar os salários
e as condições de trabalho aos profissionais da saúde e fala que anarquia é o
que a gestão PMDB faz em alusão as indiretas do Pedro Paulo, também falou em
rever os contratos com as OSs e que não vai fechar a clínica da família. Também
questionou sobre o combate as milícias, citando que é máfia e quem sofre são os
moradores da Zona Oeste e fala em combater como enfraquecer a economia deles, além
disso, falou sobre o desemprego no Rio e em investir em grandes obras de
saneamento, empregando os moradores dos próprios bairros e de moradia popular
no Centro da cidade.
Jandira
Feghalli (PC do B): Começou o debate nacionalizado a questão do
impedimento da Dilma Rousseaf, recebeu o direito de resposta da Rede Globo,
Depois falou em saúde como fazer obra de saneamento e infraestruturas nas áreas
mais urbanas, incorporando as favelas na cidade através do seu projeto Nova
Brasil.
Flávio
Bolsonaro (PSC): Nada de diferente nos outros debates, começou
falando de segurança e armar a guarda municipal, treinar e trazer os reservas
do ultimo concurso. Defendeu o Escola Sem Partido e criticando a "ideologia de
gênero".
Pedro
Paulo (PMDB): Começou falando sobre coisas positivas que
fez na gestão do Paes e quando foi questionado sobre saneamento, falou que vai
usar a iniciativa privada para acelerar o processo e comentou sobre áreas
tratadas de uma forma inteligente.
Índio
da Costa (PSD): Começou falando em querer entender o que
acontece com eleitor sobre os problemas e dificuldades da cidade, prometendo
criar um aplicativo de celular. Falou também em limpar a Lagoa Rodrigo de
Freitas.
Alessandro
Molon (Rede): Começou o debate se dirigindo aos
professores, lembra da repressão da prefeitura e prometendo melhorias na educação
e a criação de novas creches na cidade. Falou também sobre o legado olímpico
citando Londres que escolheu um dos lugares mais pobres o parque olímpico,
criticando o Rio de escolher a área mais rica e aposta no turismo, oferecendo
mais empregos, cultura e deixando as ruas mais seguras, além do investimento em
coleta e tratamento de esgoto para toda cidade. Falou sobre os gastos públicos
e prometeu transparência e fiscalização. Falou sobre aproveitar as
universidades e centros de pesquisas para gerar empregos. Sobre segurança,
falou sobre um planejamento de segurança pública para cada território onde tem
a guarda municipal distribuindo uma forma inteligente em parceria com a Polícia
Militar.
Carlos
Osório (PSDB): Osório começou atacando as promessas de Pedro
Paulo sobre a criação de novas escolas. Falou sobre a regulamentação do Uber,
incluindo um limite de carros, além de cobranças de impostos. Prometeu preparar
a cidade em todas as esferas, o investimento em saneamento gerando mais ou
menos 58 mil empregos.
O
que esperar nas eleições?
Foram menos de dois meses de campanha, quatro debates
televisivos e outros debates em diversos lugares na cidade, várias sabatinas e
campanhas diárias. Apesar do esforço de cada candidato, a nacionalização na
eleição da cidade foi o mais comentado, além da segurança e dos processos que
alguns deles tem, não esquecendo os padrinhos de cada um que podem dar e tirar
votos dos candidatos e a polarização direita e esquerda tão comentado nos
últimos anos. Oito candidatos com chances, mas somente dois chegarão no segundo
turno. Crivella é quase certo, tem poucas chances de vencer no primeiro turno,
o que é improvável, assim como não chegar ao segundo turno. Freixo e Pedro
brigam pela segunda vaga, mas o candidato sofre pela rejeição da população com
a esquerda, além da própria divisão dela. Pedro Paulo pela questão em relação a
sua ex-mulher e queda da popularidade do prefeito Eduardo Paes, em que ele fez
parte. Creio que Jandira e Índio tem pouquíssimas chances, assim como Osorio e
Molon, porém o ultimo citado foi bem no ultimo debate e pode “roubar” votos do
Freixo e da Jandira. Bolsonaro corre por fora, pela popularidade do seu pai
e falta de ordem onde muitos querem de volta, além nas regiões mais pobres que
sofrem com alto índice de violência. Dia 2 está em aberto e falarei sobre isso
após a eleições.
Joseclei Nunes (@JosecleiNunes) é
fundador e editor do blog Futebol Retrô. Escritor, graduando em
História. Ama futebol, política, escolas de samba e um bom papo de
botequim.
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