Estamos de volta para analisar mais um Debate, realizado na noite desta quinta (16), agora para Governador em São Paulo no Debatendo o Debate, onde assumimos o compromisso de cobrir os debates televisivos presidenciais e ao governo de SP, onde está situada nossa sede e onde temos comentaristas políticos de momento.

Infelizmente o nível do Debate ao Governo de SP foi fraquíssimo, ao contrário de algumas análises que vi por aí, teve um nível muito baixo, patético em vários momentos diria eu, com as propostas ficando em segundo plano, um excesso de federalização da discussão, teve também folclore com Rodrigo Tavares (PRTB), enfim, foi um debate pouco produtivo, mas que serviu para dar o start na campanha do estado, que tem tido pouca ênfase midiática, até pelo raso dos que a disputam. Detalhe que a tal pergunta dos leitores assim como no 1º Debate dos Presidenciáveis (clique) não funcionou, foi novamente uma forma dos candidatos se apresentarem.


A pergunta que compreendeu os leitores do jornal Metro falou sobre Segurança Pública. Daí a primeira grande maluquice da noite, Skaf ("P"MDB) dizendo que em seu governo: "Não vai ter 'saidinha' e que bandido vai cumprir a integralidade da pena". porra, proposta espetacular, mas um desserviço e uma desinformação para a população, uma vez que nem o governador, nem a Assembleia Legislativa tem poder pra mudar isso, essa é uma discussão que deve se dar em Brasília, no Congresso e no Senado. 

No mais, dentro do genérico que foi a forma com que se colocaram, é consenso que é preciso valorizar o policial, integrar as ações das polícias e sobretudo fazer com que trabalhem com inteligência efetivamente. É preciso a meu ver desmontar o crime organizado, evidentemente, isso só será feito com inteligência policial, mas a dica é, não é negociando com eles, que serão desmontados.


No campo da Educação, novamente como sempre Skaf vangloriando-se do SESI, o difícil é levar o método para TODAS as escolas do estado, é um desafio duro. Márcio França (PSB) que é governador em exercício de SP, repetiu o expediente de suas entrevistas, prometendo garantir a todos os estudantes da Rede Pública de Ensino de SP o ensino superior técnico no mínimo, através da Univesp, tarefa difícil. Lisete Arelaro (PSOL) falou bastante sobre a valorização do professor, linha que procuraram seguir os demais candidatos. E na área da Saúde se falou muito pouco, Márcio França falou das dificuldades em prestar um bom serviço, mas que "há avanços" apesar delas, linha parecida com a sempre adotada por seu padrinho Geraldo Alckmin e que ele segue na maioria dos temas.

Transporte também foi um tema debatido com pouquíssima profundidade e já que eles não debatem (satisfatoriamente) eu debato. É UMA VERGONHA a lentidão com que avança o Metrô e como NUNCA avança a CPTM em SP (sobre a CPTM aliás, várias reclamações de guarulhenses de que a linha Jade NÃO atende a cidade). É preciso tirar os projetos do papel no Metrô e rever contratos na CPTM, porque tantas "obras de melhoria" que afetam os usuários de Trens aos finais de semana, mas há anos não se veem melhorias efetivas no serviço, fora que a madrugada seria o melhor horário para manutenção e não o final de semana onde os cidadãos tem seu trabalho, seu lazer e o direito de serem transportados de maneira digna. Os contratos de manutenção geram empregos, são importantes, mas tem de ser revistos para serem efetivamente úteis para a sociedade, aliás, as obras necessárias seriam muito mais de expansão do que dessas "melhorias" que nunca vemos na prática. Abaixo as avaliações individuais dos candidatos em ordem de posicionamento no estúdio.


Márcio França (PSB) - Se colocou como um candidato "diferente do PT, "P"MDB e do PSDB", mas salvo a ideia de garantir ensino superior ao menos técnico aos estudantes da rede estadual e de fazer o tal Corujão não em parceria com a rede privada, mas sim nos AMEs, pouco apresentou de propostas, esteve muito mais preocupado em discutir a relação com Dória, mas tem boa dialética, para uma primeira apresentação foi razoavelmente bem e é uma opção que o eleitor tem em desconfiando (e talvez deva) das opções "principais" hoje que são o próprio Dória e Skaf.

Rodrigo Tavares (PRTB) - Se ser "novo" for sinônimo de ser "jovem", Tavares até disse a verdade ao assim se apresentar no Debate, mas não adianta nada ser jovem e não ter conteúdo, mesmo tendo trabalhado em várias secretarias em Guarulhos, demonstrou pouquíssimo conhecimento e profundidade nos temas apresentados no Debate, sendo muito mais um porta voz de Bolsonaro, do que efetivamente um candidato a se apresentar a população. Buscou até rivalidade com Dória (após ser provocado por ele, é verdade) no sentido de opor Alckmin/Dória a ele como "representante de Bolsonaro" em SP, mas não deve ser um fato novo na campanha.

Paulo Skaf ("P"MDB) - Como já abordado no tópico sobre Segurança, vacilou feio ao prometer o que não pode cumprir, buscou ao máximo se afastar da figura de Temer, mesmo quando diretamente indagado sobre (é "liso") e adota uma estratégia vista no passado com um xará seu, Maluf, que sempre citava nomes (fictícios?) de pessoas que alegavam a ele problemas e ele teria as soluções. É um candidato de ótima dialética e parece ao menos neste começo de corrida eleitoral, o grande adversário do PSDB na campanha, que está só no começo e muda coisa pode (e tomara que) mudar.

Marcelo Cândido (PDT) - O partido foi abandonado pelo PSB no âmbito presidencial, graças a manobras de bastidores do PT (clique) e com isso, ao invés do apoio que era indicado a França, acabou (de última hora) lançando o nome do ex-Prefeito de Suzano por dois mandatos para a disputa estadual, ele que se coloca como o principal representante (a seu ver) da Esquerda e também fala sempre da importância de ser o candidato negro nessa campanha. Aposta importante, que chama a atenção para o quadro político das cidades do alto-tietê, é um candidato de raízes políticas petistas, é um quadro que se colocou bem, que debateu bem. A ver a questão de investigações que sofreu em relação a contratos de seus mandatos como prefeito, mas, debateu bem e se coloca como uma alternativa no campo da Esquerda em SP.

João Dória (PSDB) - É uma máquina, de falar, de inventar nome de programa, de acusar, de se colocar frente a câmera, enfim. Conseguiu atacar até o PRTB, ora, o que é o PRTB? Se vangloriou de programas da gestão municipal que abandonou em SP e buscou briga com o "candidato dos 4%" segundo ele, ora, se tem "4%" apenas não deveria ter tanta polaridade, não deveria preocupar tanto. Uma atuação politicamente pífia, não contribuiu em nada para as discussões dos graves problemas que temos no estado. Quero crer que a população já não cai mais nessa retórica vazia.

Luiz Marinho (PT) - É interessante observar no PT essa busca da recuperação da identidade do partido, nas coisas boas e ruins. Muito elevar de tom, como agia no passado o PT e como age em vários candidatos (inclusive em Boulos) hoje o PSOL. Mas infelizmente foi muita picuinha entre ele e Dória, pouco se discutiu proposta e muito se propagou Lula. É, a estratégia de colar a imagem ao ex-Presidente é válida, a questão é que não é a foto de Lula que vai aparecer na urna ao se votar 13 para governador. Marinho foi bem melhor nas entrevistas que deu do que no primeiro confronto, vejamos nos próximos.

Lisete Arelaro (PSOL) - Começou um pouco fora do tempo, mas foi ganhando confiança do meio pro fim, até protagonizando momento mais leve e gostoso mandando Dória para a recuperação. No pouco tempo que teve mostrou o conhecimento que tem dos problemas do estado, eu preferia novamente que Maringoni fosse candidato ou até mesmo ainda Luíza Erundina, com quem ela trabalhou na gestão paulistana, mas é um quadro que mostrou preparo, que representa o programa do PSOL e nisso soube colocar os adversários na parede, vejamos se ela se solta ainda mais nos próximos debates.



Acompanhe nossa cobertura das Eleições (clique), bem como toda nossa cobertura de Política (Clique)




Curta nossa página: Jovens Cronistas! (Clique)




Foto: Estadão. 


Compartilhe:

Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

Deixe seu comentário:

0 comments so far,add yours