Outubro é logo ali e
estamos nos preparando. Vem aí “Eleições
2018. Seu voto no JC!”
É quase abril. O quarto mês do ano bate à porta e ao menos quatro
pré-candidatos à Presidência realizaram eventos oficiais confirmando a
participação no pleito que promete ser o mais numeroso das últimas eleições. Ao
lado de outros, por enquanto, treze candidatos, Ciro Gomes (PDT-CE),
Guilherme Boulos (PSOL-SP), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP)
aproveitaram o mês de março para anunciar que estarão em campanha pelo Palácio
do Planalto.
Cada um com suas alianças, os candidatos se juntam aos
ex-presidentes Lula (PT-SP) que, apesar de condenado em segunda instância,
lidera as pesquisas de intenções de voto e também já lançou oficialmente sua
pré-candidatura e ao “caçador de marajá” Fernando Collor de Mello (PTC-AL); à
ex-senadora Marina Silva (REDE-AC); aos persistentes e reis da mamata do fundo
partidário José Maria Eymael (PSDC-SP) e Levy Fidelix (PRTB-SP); às damas Valéria
Monteiro (PMN) e a deputada estadual do Rio Grande do Sul Manuela D’Ávila
(PCdoB); ao empresário e ex-banqueiro João Amoêdo (NOVO-RJ); ao senador Álvaro
Dias (PODEMOS-PR); ao presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro (PSC), e por
fim, sim menos importante, o militar da reserva que segue em segundo lugar nas
pesquisas de intenções de voto, pelo PSL.
Esses são os pré-candidatos que já anunciaram serem os
representantes de seus partidos ou de alianças ainda em início de agitação
política. Ainda há o presidente-nosferatu Michel Temer que, em entrevista à revista Istoé (clique!), anunciou ser
candidato à reeleição pelo MDB.
Além desses nomes, ainda há os candidatos de partidos como o
PSTU, que talvez lance José Maria de Almeida, o “Zé Maria”, e o PCO, que hoje
apoia o nome do ex-presidente Lula e não comenta se irá lançar candidato
próprio. Caso venha a lançar certamente será Rui Costa Pimenta, presidente do
partido.
Todos, sem exceção, são frutos do cenário de incerteza
estabelecido no País após a derrota política do PT iniciada em 2013, com as
megamanifestações motivadas, a princípio, pelo descontentamento político do
brasileiro que observava, à época, todo o planejamento para a realização de
megaeventos esportivos, com inúmeras e gigantescas obras e repasses bilionários,
em detrimento a soluções para problemas do cotidiano e consolidado pela manobra
política de 2016, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a
instauração da velha agenda neoliberal.
Apesar de o Partido dos Trabalhadores ter saído derrotado e
demonizado, como nenhum outro, pelo Poder Judiciário e mídia tradicional, ele é
o partido que carrega os maiores índices de popularidade entre o eleitorado. E
com a situação de Lula, condenado
pelo domínio do fato (clique!), o poder do PT torna-se o ponto chave das
eleições deste ano. Também não poderia ser diferente tratando-se do partido
político que venceu quatro eleições presidenciais consecutivas e caminha, se
não houver interferência externa e desde que haja eleições, para a quinta
vitória em outubro próximo. E isso vale tanto para o PT como para candidatos
que venham com ideias próximas aos implantadas por governos petistas.
Não por acaso, a mídia tradicional tem dado espaço para
candidatos do campo progressistas, como na repercussão do lançamento das
pré-candidaturas de Ciro Gomes (PDT-CE) e Guilherme Boulos (PSOL-SP), no início
de março. A mídia tradicional parece não ter se importado em reproduzir trechos
incisivos, contrários a tudo o que ela defende, dos discursos dos
pré-candidatos. Enquanto Ciro se colocou contra a desigualdade e a
informalidade trazida pela contrarreforma trabalhista, apoiada por parte
considerável da mídia sob o a justificativa de “modernização”, Guilherme Boulos
(PSOL-SP) falou sobre a taxação de ricos, proposta que causa calafrios nos
donos do oligopólio que rege o atual corpo da mídia.
Todo o enredo não é inédito. Assim como em 2006, por
exemplo, com a candidatura da então senadora Heloísa Helena (PSOL) ao Palácio
do Planalto, há uma tentativa de fragmentar os votos do campo à esquerda, minar
a candidatura do primeiro colocado nas pesquisas e assim, nivelando o número de
votos por baixo, levar alguém do dito
“centro” (clique!) à Presidência da República. Sem apoio popular, este candidato
do dito “centro” só venceria uma eleição à presidente através de articulações
políticas que envolvam, inclusive, a mídia.
Não vejo com bons olhos o interesse da mídia tradicional,
especialmente da “emissora que fala com 100 milhões de uns”, nos candidatos do
campo à esquerda política. Apesar de não haver contrariedade nos discursos dos
candidatos e de eles serem ótimos quadros políticos, o momento político é único
e não permite mais rupturas ou, no caso, candidaturas dispersas.
Incluo nas ações abomináveis e pouco estratégicas do campo
da esquerda a resistência do Partido dos Trabalhadores em negar-se a negociar
com outros partidos e buscar unir forças em torno de apenas um candidato, além
das medidas em comum que vão integrar os programas de governo dos candidatos
progressistas que serão anunciadas agora em abril.
Parece que a violência enfrentada pela Caravana do ex-presidente Lula pela região Sul do País nos últimos dias (clique!)fez com que o PT, PSOL e PCdoB entendessem a importância de uma frente
única, que seria o caminho eleitoral mais viável para o campo progressista.
Para tanto, no ato de encerramento da Caravana
pela região Sul, em Curitiba, dois pré-candidatos, Manuela D’Ávila
(PCdoB-RS) e Guilherme Boulos (PSOL-SP), estavam no palanque com o
ex-presidente Lula e discursaram no sentido de que a frente deverá ser
concebida.
Ainda no palanque do ex-presidente Lula, em Curitiba, havia
representantes do PDT, partido que tem Ciro Gomes (PDT-CE) como candidato à
presidente da República. Ciro Gomes não estava entre os representantes. O presidenciável
pelo partido de Brizola apenas se posiciona de longe sobre os temas
relacionados ao ex-presidente Lula – geralmente através das redes sociais - e
nega-se, talvez por ser uma estratégica eleitoral, estar ao lado do petista.
É um direito de cada partido político lançar sua chapa. O
próprio campo dito de “centro” também está passando por esta onda. A diferença
é que lá, do outro lado, logo menos eles desistem das muitas candidaturas,
apoiam-se entre si, unem-se em torno de um nome e a militância, pouco popular e
muito estrategista, compra a ideia incondicionalmente. Do progressista, de
esquerda, é natural que paire a dúvida – somos preocupados com o instrumento
democrático do voto – e, certamente, há quem discorde de uma chapa única de
esquerda – que, afirmo, não necessariamente deve ser encabeçada pelo PT. A divergência
no campo progressista, muitas das vezes defendendo a mesma pauta, com diferença
apenas na escala de prioridades, será utilizada como arma pelo dito de “centro”
para influenciar a votação no campo progressista.
“Eleições 2018. Seu voto no JC!”
A editoria de Política do blog Jovens Cronistas! está para lançar a agenda editorial dos quadros “Conhecendo o candidato”, “Debatendo
o Debate” e dos editoriais semanais que vão acompanhar todos os candidatos
à Presidência da República. O número elevado de candidatos na briga pelo
Palácio do Planalto não assusta. O leitor sabe e conhece. Estamos acompanhando semanalmente
todo o (des)governo Temer e isso não pode ser menos complicado que descrever e
opinar acerca das candidaturas.
Não diferente, a Coluna “Mais
SP”, seção deste blog, fará a cobertura das eleições para o governo do
estado de São Paulo, de onde sairá um candidato à presidente da República e,
pelas movimentações e histórica dificuldade em se romper o tucanato, promete
também um pleito agitado.
O ano é, sim, de incerteza, mas estaremos aqui, como em
outras oportunidades, auxiliando no debate e na formação de opinião. Conte
conosco, assim como nunca deixamos de contar com você.
Aceitamos
críticas e sugestões. Para isso, deixe sua opinião na seção
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